Acções da PT regressam à negociação esta terça-feira, apesar de continuar a faltar informação relevante

Capitalização da PT já encolheu 1720 milhões de euros desde o incumprimento da Rioforte.

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As acções da Portugal Telecom (PT) SGPS, que estiveram suspensas de negociação durante duas sessões de bolsa completas, regressam à cotação esta terça-feira, apesar de continuar a faltar informação relevante para os accionistas.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação das acções na passada sexta-feira, 9 de Janeiro, antes do arranque do mercado, justificando a decisão com a falta de informação importante para os accionistas. A decisão do supervisor aconteceu numa altura em que já se estava em contagem decrescente para a assembleia geral desta segunda-feira, destinada a votar a venda dos activos da PT Portugal aos franceses da Altice.

A suspensão da Assembleia Geral (AG), aprovada esta segunda-feira pelos accionistas, anula uma parte dos argumentos da CMVM para a suspensão do título, mas não todos, já que continua a faltar informação relevante, designadamente sobre a possibilidade de poder existir algum retrocesso no processo de fusão com a Oi, ou a recuperação dos primeiros termos de troca de activos entre os dois grupos empresariais.

A incerteza dos investidores face aos desenvolvimentos da assembleia geral já tinha acelerado a desvalorização da empresa em bolsa. Antes da suspensão, as acções da PT fixaram novo mínimo histórico, nos 0,64 euros, o que corresponde a uma desvalorização das acções em 25% face ao valor de fecho de 2014, 0,86 euros.

A forma como os investidores vão reagir ao levantamento da suspensão é uma incógnita.

Neste momento, é assumido pelo próprio conselho de administração (CA) da PT que será prestada informação relevante nos próximos dias. Em comunicado desta segunda-feira, o CA adianta que enviou à CMVM,  no dia 10 de Janeiro, “um projecto de comunicado ao mercado contendo informação complementar de suporte adicional à proposta e elementos preparatórios facultados aos senhores accionistas para efeitos da Assembleia Geral”. E sobre a prestação de informação refere apenas que  “o comunicado será divulgado ao mercado ainda esta semana, na sequência dos contactos em curso com a CMVM”.

A informação do CA é reveladora do braço-de-ferro que tem existido entre a actual administração da PT e “a polícia” da bolsa sobre a informação a divulgar ao mercado nas últimas semanas.

Antes da suspensão da negociação, as acções da PT cotavam a 0,71 euros, correspondendo a uma capitalização bolsista de 640 milhões de euros, bem longe do valor de mercado de 2,3 mil milhões de euros que apresentava em Maio, antes de ser conhecida a o incumprimento da Rioforte, do Grupo Espírito Santo, de que resultou uma perda de cerca de 900 milhões de euros. Ou seja, desde Maio, a empresa “encolheu” 1720 milhões de euros.

Quando vendeu a Vivo, no Brasil, em 2010, o valor de mercado da PT superava os 10 mil milhões de euros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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