As acções da banca na bolsa de Lisboa fecharam no vermelho esta terça-feira, empurrando o índice PSI 20 para uma desvalorização superior a 1%.

Tanto o BCP como o BPI acabaram o dia a cair quase 7%, confirmando as perdas registadas desde a manhã. As acções do banco liderado por Nuno Amado recuaram 6,78%, para 0,039 euros, enquanto as da instituição presidida Fernando Ulrich caíram 6,74%, para 1,204 euros– os analistas apontam como causa para este comportamento a incerteza em relação ao futuro da estrutura accionista destes bancos.

Em particular, as dúvidas em relação à possibilidade de dois accionistas do BPI, Isabel dos Santos e Caixabank chegarem a um acordo em relação ao banco, parece estar a pesar na evolução deste título, afectando igualmente o BCP, uma vez que se tinha criado nos mercados a expectativa de que Isabel dos Santos, ao sair do BPI, poderia assumir uma posição no banco.

"Há ainda esperança que se retomem as negociações, mas a verdade é que elas têm sido infrutíferas", disse Paulo Rosa, corretor da GoBulling, à Reuters, a propósito do impasse nas negociações entre angolanos e catalães.

"Com várias propostas em cima da mesa, acaba sempre por não haver fumo branco, apesar de ambas partes precisarem do acordo. Isto causa nervosismo e as quedas de hoje", acrescentou Paulo Rosa.

Esta segunda-feira, a administração do BCP propôs alterações de regras que podem abrir as portas à entrada de um novo accionista e sugeriu o reagrupamento das acções do banco, através da aplicação de um quociente de 1 para 193.

"Trata-se de uma medida com efeito neutro do ponto de vista da posição financeira dos acionistas do banco", considerou o Caixa Banco de Investimento numa nota desta terça-feira, citada pela Reuters.

O Montepio acabou por ser arrastado pelas quedas do BPI e BCP e fechou a cair 3,44%, para 0,589 euros. Uma tendência partilhada pelos CTT, que recentemente lançaram a operação do Banco CTT. Os títulos dos Correios perderam 1,24%, para 8,216 euros.