Accionistas do Banif aprovam injecção pelo Estado de 1100 milhões de euros

Assembleia geral do banco deu luz verde ao reforço de capitalização com acesso a investimento público. Jorge Tomé minimiza as críticas à intervenção do Estado.

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Rui Gaudêncio

O Banif vai cumprir o plano de recapitalização que prevê um aumento de capital na ordem dos 450 milhões de euros até Junho próximo, garantiu nesta quarta-feira o presidente da comissão executiva do banco, Jorge Tomé.

“Estamos a trabalhar com uma margem de segurança e num cenário de previsões muito prudente”, frisou, após a assembleia geral da instituição que aprovou o reforço de capitalização com acesso a investimento público de 1100 milhões de euros.

O administrador do banco criado por Horácio Roque anunciou que metade dos 450 milhões está já assegurado. Há o compromisso de subscrição de 100 milhões de euros por parte dos principais accionistas do banco, sendo 75 milhões da Rentipar Financeira (holding detida pelas filhas do fundador do banco, com 54% do Banif) e 25 milhões do grupo Auto-Industrial (13%). Jorge Tomé confirmou também a tomada firme de 50 milhões de euros no aumento de capital por parte do BES, o que, disse, não significa que este banco passe a ser accionista do Banif.

Jorge Tomé minimizou as críticas à intervenção do Estado, considerando que “fazem parte da agenda política”. Alegou que estas participações que levaram a troika a incluir uma tranche de 12 mil milhões de euros na ajuda ao país, “são um fenómeno europeu, não são específicas de Portugal e, muito menos do Banif”. 

Os accionistas aprovaram, em assembleia-geral realizada no Funchal, a injecção pelo Estado de 1100 milhões de euros no banco, que ficará assim como accionista maioritário pelo menos até Junho. Foi deliberado proceder à emissão de instrumentos financeiros subordinados e convertíveis em acções, qualificadas como capital Core Tier 1 no valor de 400 milhões de euros e ao aumento de capital no montante de 700 milhões em acções, em ambos os casos integrando investimento público, designadamente por subscrição do Estado, nas condições previstas no plano de recapitalização.

Foi ainda aprovado o aumento de capital no montante de 450 milhões, através de oferta pública de subscrição, a realizar até 30 de Junho de 2013. Se esta meta for cumprida, o Estado reduzirá a sua participação de 99,2% para 60,6% das acções e de 98,7 para 49,4% dos direitos de voto, regressando então o controlo do banco a mãos privadas.
 

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