Accionistas da bolsa de Londres dão luz verde à fusão com a bolsa de Frankfurt

Brexit” não será entrave para o negócio, garante a London Stock Exchange.

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Fusão tinha sido anunciada em Março. Stefan Wermuth/Reuters

Os accionistas da London Stock Exchange (LSE), responsável pela gestão da bolsa de Londres, deram nesta segunda-feira luz verde à fusão com a Deutsche Börse, que gere a bolsa de Frankfurt, apesar dos receios relacionados com a saída do Reino Unido da União Europeia.

A LSE anunciou, num comunicado, que a operação foi aprovada por uma maioria de 99,89% dos accionistas que votaram.

A responsável pela gestão da bolsa de Londres sublinha que a "transacção inclui todos os mecanismos necessários para responder ao resultado do referendo”, numa altura em que o “Brexit” tinha lançado algumas dúvidas sobre a concretização do negócio.

“Sendo o Reino Unido apenas um país europeu ou um membro da União Europeia, a fusão permitirá criar um grupo competitivo à escala mundial e de referência no mercado”, diz a LSE, acrescentando que a operação “criará valor para os accionistas e para os clientes, independentemente da resolução destas incertezas [relacionadas com o “Brexit”]”.

Para fazer face a este novo enquadramento, os dois operadores criaram um “comité referendo”, liderado pelo presidente da Deutsche Börse, Joachim Faber, que tem como função fazer recomendações que permitam ao grupo responder às exigências das autoridades com vista a obter luz verde das autoridades que permita a concretização do negócio.

Os accionistas da Deutsche Börse têm até ao dia 12 de Julho para manter ou não as suas participações, mas não serão consultados em assembleia geral, como aconteceu com os accionistas da LSE.

A fusão poderá encontrar alguns obstáculos na Alemanha. A autoridade reguladora, que tem apenas um papel consultivo, não vê com bons olhos que a praça de Frankfurt seja liderada a partir de um país de fora da União Europeia.

O projecto de fusão, diz a agência noticiosa AFP, prevê que o grupo seja dirigido pelo responsável da Deutsche Börse, mas assuma a forma de uma holding britânica baseada em Londres.

O novo gigante dos mercados, que resultará da fusão anunciada em Março, será um concorrente directo da Euronext (que junta as bolsas de Paris, Amesterdão, Bruxelas e Lisboa) e do ICE (que gere a Bolsa de Nova Iorque).

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