AB InBev acena com 90 mil milhões para criar um gigante das cervejas

Empresa belga tenta mais uma vez comprar a grande rival SAB Miller e criar um gigante cervejeiro.

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SAB Miller, que produz a cerveja Corona, está a ser cobiçada pela belga AB InBev, dona da Stella Artois
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Dona da Corona tenta mais uma vez comprar rival e criar novo gigante da indústria

A maior produtora de cerveja do mundo, a belga AB InBev, lançou pela terceira vez uma proposta para comprar a sua maior concorrente, a britânica SABMiller. Desta vez, ofereceu mais 90 mil milhões de euros pela dona da Budweiser e da Corona, mas a SABMiller recebeu a oferta com frieza, notando que face à que foi feita segunda-feira (de 42 libras por acção, cerca de 57 euros ao câmbio actual) a diferença é de apenas 15 pence.

Citado pela AFP, Jan du Plessis, presidente da cervejeira britânica com quase 10% de quota de mercado mundial, disse já que a AB InBev subavaliou “muito substancialmente” a sua empresa, que qualifica como a “jóia da coroa da indústria cervejeira mundial”. O conselho de administração irá reunir-se para avaliar a nova oferta, depois de já ter rejeitado as duas anteriores.

Num comunicado à parte, a tabaqueira Altria (principal accionista da SABMiller e dona da Malboro), exorta o conselho de administração a “envolver-se sem demoras e de forma construtiva com a AB InBev para que cheguem a acordo sobre os termos da oferta”.

A concretizar-se, esta seria a terceira maior fusão da história, depois da da Vodafone com a Mannesmann em 1999 e da Verizon Communications e Verizon Wireless em 2013, segundo a Dealogic.

Juntas, a AB InBev e SABMiller são responsáveis pela produção de um terço da cerveja consumida no mundo.

Carlos Brito, presidente executivo da AB InBev, acredita que a combinação dos dois negócios iria “ciar a primeira cervejeira verdadeiramente global”. A própria AB InBev nasceu em 2004 da junção da brasileira Ambev e da belga Interbrew, que detinha a Stella Artois.

Estes movimentos de consolidação têm sido a estratégia do sector numa altura em que o mercado abranda, reflectindo a redução do consumo e o nascimento de novos negócios como o das cervejas artesanais e outros hábitos dos consumidores. Em Portugal, por exemplo, o consumo per capita de cerveja está nos 46 litros, o valor mais baixo dos últimos 12 anos segundo os dados de 2014 da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja.

Nesta quarta-feira, a Heineken (dona da Central de Cervejas, que produz a cerveja Sagres) também anunciou a compra de participações da Diageo em duas cervejeiras  - a jamaicana Desnoes & Geddes e a GAPL, dona da Guinness Anchor Berhad, da Malásia. O negócio de 780,5 milhões de dólares incluiu a compra por parte da Diageo - a maior empresa de bebidas espirituosas do mundo – de uma participação de 20% na Guinness Ghana Breweries.

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