A melhor escolha possível

Juncker foi eleito, por ampla maioria, Presidente da Comissão pelo Parlamento Europeu. Fez um discurso programático, ambicioso, susceptível de nova esperança. A austeridade é susbtituida por crescimento, investimento e emprego. Mudança indispensável para contrariar o actual ciclo de estagnação que resulta do falhanço do Pacto de Estabilidade e Crescimento, cuja flexibilidade não aproveitada pelas troikas acabou na incompatibilidade da consolidação orçamental com retoma económica. No essencial, a proposta de Juncker reedita, amplificando, o Pacto para o Crescimento e Emprego (2012). Agora, em nova versão que mobilizará até 300 mil milhões de euros,  conjugando investimento público com privado. Quase o triplo do  Pacto  inicial (120 mil milhões de euros), o equivalente a 2,3% do PIB europeu nos próximos três anos, porém ainda com inconcreto enquadramento financeiro. Revisão intercalar do quadro financeiro plurianual, desenvolvimento de instrumentos financeiros mais eficazes sob a forma de empréstimos ou garantias com maior capacidade de risco, ou através do aumento do capital do BEI? São  hipóteses que a chegarem à economia real,  quanto mais elevadas forem, mais impacto terão no investimento, na recuperação económica e na criação de emprego. Desígnio imperativo, a complementar pelo mercado interno (no digital, na energia, nos transportes), pela união monetária, por uma política de emigração mais proactiva e de relações externas, politicas e comerciais, mais activas.São bons propósitos, a lembrar Delors.

Economista

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