A consideração devida a Gaspar

O PÚBLICO desafiou economistas portugueses a analisar o legado de Vítor Gaspar. Hoje, escreve Miguel Cadilhe, antigo ministro das Finanças.

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Daniel Rocha

Antigo ministro das Finanças escreve que "havia e há possibilidades de compensações" e de "reptos europeus" que Vítor Gaspar devia ter usado e não usou para atenuar o que diz serem os custos inevitáveis do ajustamento. Miguel Cadilhe lembra também que "a troika não é mais do que uma tripulação intercalar que procura salvar o barco, após formidáveis rombos socratianos".

Há muitos anos que aprecio a inteligência e a ponderação de Vítor Gaspar, começo por dizê-lo neste artigo que escrevo a convite do PÚBLICO.

I - A DESINCUMBÊNCIA TROIKIANA

Gaspar e a troika estancaram o descarrilamento das contas do Estado e puseram-nas em calhas que apontam para objectivos de rigor, regramento e sustentabilidade. Ainda não são as calhas finais, que devem ser robustas e definitivas. São calhas que nos afastam do abismo financeiro. Calhas que, todavia, atravessam um território pejado de desempregados e assentam numa distribuição dos sacrifícios que fere alguns requisitos de equidade. Duas tremendas objecções políticas, pois, a Gaspar e à troika. Além destas, as objecções são menores mas engrossaram o contexto, sem razão, ou sem a razão toda.

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Esta série sobre Vítor Gaspar é financiada no âmbito do projecto PÚBLICO Mais.



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