93 mil milhões de euros de fundos "regressam" à periferia da zona euro

Entradas de capitais privados nos países do Sul da moeda única aumentaram nos últimos meses do ano passado, mas não compensam a saída de fundos no início de 2012 e em 2011.

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A percepção do risco na zona euro melhorou em 2012 DANIEL ROLAND/AFP

Num sinal de acalmia da crise das dívidas na zona euro, os países da periferia atraíram nos últimos quatro meses do ano passado 93 mil milhões de euros em fluxos de capitais privados, segundo as contas do banco holandês ING, citadas pelo Financial Times.

A entrada de fundos privados – que o jornal britânico enquadra na melhoria da confiança na moeda única e nos incentivos feitos pelo Banco Central Europeu (BCE) ao investimento nos países mais afectados pela crise soberana – equivale a 9% do PIB de Espanha, Itália, Portugal, Irlanda e Grécia.

A recuperação de fluxos de capitais privados entre Setembro e Dezembro é, ainda assim, modesta, tendo em conta a saída de capitais nestes cinco países nos meses de 2012 anteriores. De Janeiro a Agosto, saíram deste conjunto de países 406 mil milhões de euros (o equivalente a 20% do PIB nestas cinco economias), que se somam a uma fuga de investimento privado de 300 mil milhões em 2011, segundo as contas do ING.

A percepção do risco melhorou em 2012 e a acalmia nos mercados financeiros foi visível na segunda parte do ano, quando o presidente do BCE, Mario Draghi, prometeu “fazer o que for necessário para preservar o euro”.

Ao Financial Times, o economista Martin van Vliet, do ING, considera a recuperação de capitais privados na Europa do Sul um sinal positivo, mas avisa que “a confiança é difícil de ganhar, mas fácil de perder”. Embora tenha havido uma inversão na fuga de capitais, adverte, “ainda há um caminho a percorrer”.
 

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