Maria Luís Albuquerque vai decidir sobre nova gestão da CGD

José Matos e os restantes gestores do grupo estatal entregaram cartas de demissão a pedido das Finanças para evitar direito a solicitar indemnização.

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Processo de nomeação dos novos órgãos sociais da CGD arrasta-se há mais de um mês Gonçalo Português

Os membros da equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos liderada por José Matos entregaram à tutela cartas de demissão, apurou o PÚBLICO junto de fontes ligadas ao processo. A situação deixa nas mãos da nova ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, a decisão final sobre a nomeação da nova gestão do maior banco português, um dossier que está a ser resolvido pelo Governo a conta-gotas.

Em causa está o facto de as Finanças, após decidirem introduzir mudanças nos órgãos sociais da CGD, terem pedido a todos os administradores do grupo financeiro do Estado, incluindo aos não executivos, que apresentassem cartas de demissão de modo a prevenir quaisquer pedidos de compensação no futuro. Dado que os mandatos foram interrompidos pela tutela a meio, se os gestores não pedissem a demissão, teriam direito a solicitar uma indemnização.

Com as cartas de demissão em cima da mesa, a decisão final sobre a recondução de José Matos, na presidência da comissão executiva da CGD, de Nuno Fernandes Thomaz, Cabral dos Santos, João Nuno Palma, como gestores executivos, e de Paz Ferreira e de Álvaro Nascimento [este subirá a chairman] no conselho de administração (não executivo) fica agora nas mãos de Maria Luís Albuquerque.

A nova ministra terá ainda de reconfirmar os convites já feitos a Ana Cristina Leal, directora do Banco de Portugal, a Maria João Carioca, da SIBS, e a João Coutinho, ex-gestor da CGD e do Barclays Portugal, para integrarem a nova comissão executiva. Os três gestores vão substituir Rodolfo Lavrador e Norberto Rosa [que já foram informados de que não serão reconduzidos] e Nogueira Leite, que se demitiu em Dezembro da CGD, em conflito precisamente com Maria Luís Albuquerque.  

O processo de nomeação dos novos órgãos sociais da CGD, que está actualmente na esfera do gabinete do primeiro-ministro, Passos Coelho, arrasta-se há mais de um mês, com convites recusados e convites aceites que depois não são confirmados.
 
 
 

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