Grandes empresas também têm de pagar crise, diz Maria José Morgado

Directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa critica política fiscal do Governo.

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A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa criticou hoje a política fiscal seguida pelo Governo e defendeu que as grandes empresas também têm de começar a crise.

A directora do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa criticou hoje a política fiscal seguida pelo Governo e defendeu que as grandes empresas também têm de começar a crise.

“Há uma coisa que tem de ser combatida der por onde der: o aumento da carga dos impostos a concentrar-se apenas nas Pequenas e Médias Empresas [PME] e nos trabalhadores por conta própria ou de outrem”, disse Maria José Morgado.

A responsável falava na sessão de abertura da conferência ‘Fraude e Evasão Fiscal’, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos e que decorre no auditório do Alto dos Moinhos, em Lisboa.Para Maria José Morgado, há uma “desigualdade tributária, com um aumento da carga fiscal para os mais fracos”.

A directora do DIAP frisou ainda que as actuais leis fiscais são “complicadas e difíceis de dominar para quem quer cumprir e a administração pública “parece enveredar por um caminho de desmantelamento e não de reforma. "É a factura a pagar pelos erros que cometemos”, afirmou a responsável, acrescentando que estamos a caminhar para “um estado mínimo com tributação máxima”.Maria José Morgado considerou também que o Governo decidiu “à bruta” o que tributar e como por causa da actual crise.

Afirmando que as receitas fiscais deveriam ser aplicadas no financiamento de serviços públicos como a saúde e a educação, a directora do DIAP questionou se não estarão a servir para “financiar a dívida da dívida e os juros”.

Por fim, deixou algumas sugestões como “aumentar a pressão fiscal nos sectores de alto risco”, simplificar as leis e apostar-se numa administração pública de qualidade. “Uma administração pública inapta representa baixos níveis de eficiência, mais despesa pública, mais corrupção e menos cooperação fiscal”, frisou. 

 
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