Nasceu a maior bolsa do planeta: a fusão da NYSE com a Euronext

Entrou ontem à cotação a NYSE-Euronext, empresa que irá gerir a maior bolsa mundial. Cotadas portuguesas terão mais visibilidade externa

a Nasceu ontem a primeira praça financeira transatlântica do Mundo, o resultado da fusão entre a Bolsa de Nova Iorque (NYSE) e a europeia Euronext, um mercado com uma capitalização bolsista de 21,5 biliões de euros. Lisboa, que integra a Euronext - a par das bolsas de Paris, Bruxelas, Amesterdão e a Liffe de Londres -, faz parte deste movimento de globalização dos mercados de capitais, uma operação formalizada em Março e que criou a maior estrutura bolsista do planeta.A NYSE-Euronext - empresa constituída para juntar as duas bolsas e que permitiu aos accionistas da praça europeia trocar os seus títulos por acções da Bolsa de Nova Iorque - iniciou ontem a cotação nas bolsas de Paris e Nova Iorque. Mas a estreia em bolsa desta nova gigante não foi brilhante: a NYSE-Euronext fechou em baixa de 1,85 por cento em Paris e de 1,7 por cento em Nova Iorque.
Este é apenas o primeiro passo de uma fusão que, no futuro, se irá aprofundar com a criação de uma plataforma de negociação comum, um cenário a concretizar-se apenas dentro de três anos. Prevista para o futuro está também a negociação contínua durante 13 horas.
A liderar a gestão executiva da NYSE-Euronext estará John Thain, o financeiro que assumiu a presidência da Bolsa de Nova Iorque em Dezembro de 2003. O presidente da Euronext, Jean-François Théodore, será o vice-presidente. A nova empresa contará no comité executivo de gestão com a presença dos portugueses Ricardo Salgado e Miguel Athaíde Marques.
Cria-se assim um player mundial nos mercados de capitais difícil de superar - a NYSE-Euronext tem mais do dobro da capitalização bolsista das três maiores bolsas que se seguem, Tóquio, Nasdaq e Londres, cujas empresas cotadas juntas valem pouco mais de nove biliões de euros. A nova empresa terá 4500 empresas cotadas - entre elas 80 das 100 maiores instituições mundiais. A negociação média diária será de 78 mil milhões de euros e o número de trabalhadores ascenderá a 3600.
Redução de custos
As duas bolsas terão reguladores distintos, mantendo-se o actual mecanismo de supervisão, uma das exigências dos governos europeus quando a NYSE avançou com a oferta amigável sobre a Euronext. Além do aumento da liquidez, os novos accionistas prometem reduções de custos de negociação decorrentes das sinergias. Ontem Jean François-Theódore prometeu reduzir as comissões em 15 por cento dentro de dois anos. "Nós e a Euronext gastamos juntos cerca de 650 milhões de dólares em tecnologia. Dentro de um ano ou dois, vamos poupar cerca de 193 milhões de euros", afirmou John Thain, em recente entrevista ao Los Angeles Times. Mas há mais: os investidores passarão a ter acesso a mais produtos, como fundos de índice que incluem acções da Euronext ou derivados e contratos de opções.
- 4500 empresas cotadas
- Capitalização bolsista de 21,5 biliões de euros - o dobro do valor das três maiores bolsas mundiais seguintes: Tóquio, Nasdaq e Londres
- 3600 trabalhadores
- 78 mil milhões de euros
de média diária
de negociação
- Cotadas 80 das 100 maiores empresas mundiais
- Futuramente, haverá uma negociação consecutiva de 13 horas
- Arranque de uma plataforma de negociação comum dentro de três anos
- Redução das comissões de negociação em 15 por cento dentro de dois anos

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