Ministro das Finanças reuniu-se com homólogo angolano e governador do banco central. Líder da Sonangol recebe-o hoje

Depois das "expectativas" alimentadas à chegada a Luanda sobre a aliança entre Portugal e Angola, é contido - mas positivo - o balanço do primeiro dia de reuniões de Vítor Gaspar na visita a Angola.

A situação financeira dos dois países e as alterações do regime monetário e financeiro naquele que é o quarto principal destino das exportações portuguesas dominou o encontro do ministro das Finanças português com governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano.

"Foi, de facto, uma troca de impressões e de ideias muito útil para mim", concluiu Vítor Gaspar, que falou à imprensa no final do encontro, escusando-se a fazer mais comentários sobre o teor da reunião.

"Temos contactos a avançar e amanhã [hoje] terei oportunidade de falar quando as conversações estiverem acabadas", justificou, numa altura em que da visita se esperam desenvolvimentos sobre o estabelecimento de um acordo para eliminar a dupla tributação entre Portugal e Angola, para facilitar os investimentos.

Vítor Gaspar não se alongou nas explicações. "As conversações estão a correr muito bem", acrescentou ainda, um dia depois de defender entre os dois países uma "aliança estratégica", que o Governo português, aliás, tem sublinhado pela voz dos governantes portugueses que já visitaram Angola nos últimos nove meses - cinco desde que o executivo de Pedro Passos Coelho tomou posse, incluindo o primeiro-ministro.

Vítor Gaspar reuniu-se já com o seu homólogo angolano, Carlos Lopes, e para hoje tem agendado, no período da manhã, reuniões com o ministro de Estado e da Coordenação Económica, Manuel Vicente, e com o novo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Francisco Lemos.

Acompanhado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e pela secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Albuquerque, encontrar-se-á com Manuel Vicente, que era presidente da Sonangol antes de subir a ministro de Estado e da Coordenação Económica.

Gaspar chegou domingo a Luanda para uma visita oficial de dois dias, que hoje termina (e com regresso a Lisboa na quarta-feira), com o programa de privatizações em Portugal na agenda.

O encontro com o novo líder da Sonangol acontece numa altura em que a petrolífera angolana negoceia a compra de uma parte do capital da italiana ENI na Galp, de forma a ficar com uma posição directa na empresa liderada por Manuel Ferreira de Oliveira.

Mas na visita a Luanda o ministro das Finanças está também sob os holofotes a propósito da criação de um banco de investimento, anunciado em 2009 e que envolve a Caixa Geral de Depósitos e a própria Sonangol. PÚBLICO/Lusa