Desemprego em Portugal recua para 12,2 por cento pela primeira vez no espaço de um ano

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Procura de emprego vai aumentar nos tempos mais próximos jorge silva

Situação poderá ser pontual. As previsões mais recentes apontam para um agravamento do desemprego, acima dos 13 por cento, a curto prazo

A taxa de desemprego de Portugal recuou em Junho, pela primeira vez no espaço de um ano, fixando-se nos 12,2 por cento, revelam os dados ontem divulgados pelo Eurostat.

O indicador não beneficia da contratação temporária de trabalhadores para os negócios que estão mais ligados ao turismo (hotelaria e restauração), porque os dados do Eurostat já são corrigidos dos efeitos de sazonalidade.

De acordo com o gabinete de estatísticas europeu, a taxa de desemprego portuguesa desceu em Junho de 12,4 por cento para 12,2 por cento, naquele que é o primeiro recuo este ano. Desde Dezembro do ano passado que o desemprego permanecia inalterado nos 12,4 por cento.

Portugal mantém-se com a quarta taxa de desemprego mais elevada da zona euro, apenas superado pela Espanha (21 por cento), pela Irlanda (14,2 por cento) e pela Eslováquia (13,4 por cento). O Eurostat ainda não divulgou, contudo, as taxas de desemprego da Grécia e da Estónia que, a julgar pelos últimos meses, serão superiores à de Portugal. No final do primeiro trimestre, a taxa grega era de 15 por cento.

O recuo da taxa de desemprego em Portugal surge em linha com a tendência europeia, mas dificilmente se manterá. Tanto as previsões do Governo como as da troika (Comissão Europeia, BCE e FMI) apontam para um aumento do desemprego este ano, que deverá bater um novo recorde histórico, acima dos 13 por cento, devido ao impacto das medidas de austeridade implementadas no âmbito do pacote de ajuda externa associado ao plano de resgate financeiro do país.

Na zona euro, a taxa de desemprego fixou-se nos 9,9 por cento em Junho, o mesmo valor que regista desde Março. Na União Europeia, o desemprego chega aos 9,4 por cento da população activa, um registo que se mantém também há três meses. Tanto na zona euro como na UE, a taxa de desemprego tem vindo gradualmente a diminuir desde o início do ano.

Neste momento, cerca de 22,4 milhões de pessoas estão desempregadas nos 27 países da União Europeia, das quais 15,6 milhões na zona euro. Comparando com o mês anterior (Maio), o número de pessoas desempregadas caiu em 38 mil na União, mas apenas em 18 mil na zona euro.

As taxas de desemprego mais baixas são as da Áustria (4 por cento), Holanda (4,1 por cento) e Luxemburgo (4,5 por cento). Espanha continua a registar o maior número de pessoas desempregadas (21 por cento).

O desemprego entre os jovens europeus também dá sinais de estar a abrandar e era, em Junho, de 20,3 por cento na zona euro e de 20,5 por cento na União Europeia. Em Portugal, o desemprego juvenil também recuou em um ponto percentual, para 26,8 por cento.

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