Banif pede para ser submetido aos testes de resistência da banca

O presidente do banco, Marques dos Santos, acredita que vai "sair bem na fotografia"

O Banif quer ser submetido aos testes de resistência que irão ser realizados a nível europeu e já solicitou "expressamente" ao Banco de Portugal (BdP) que o incluísse no lote de bancos que vão ser examinados, revelou Marques dos Santos, presidente do banco fundado por Horácio Roque. O banqueiro diz que o Banif está preparado para "sair bem na fotografia" e que agora só falta o BdP autorizar.

A poucos dias de integrar o índice bolsista PSI-20 (que dará maior visibilidade ao grupo), o Banif apresentou ontem as contas anuais de 2010, ano em que lucrou 33,4 milhões de euros, uma queda de 38,3 por cento face aos 54,07 milhões registados no ano anterior. O banco salienta "que o lucro obtido em 2009 beneficiou de resultados extraordinários num valor líquido de 14,6 milhões de euros, enquanto, em 2010, foram negativos em 1,8 milhões de euros". "Numa base recorrente, o resultado líquido consolidado relativo a 2010 ter-se-ia situado em 35,2 milhões de euros, cerca de 11 por cento abaixo do obtido em 2009." A administração do Banif adiantou que a política de dividendos ainda está a ser ultimada, o que deverá acontecer até 24 de Março, altura em que a proposta será enviada aos accionistas para se poderem pronunciar até à assembleia geral de 15 de Abril.

"Espero que desta vez entremos nos testes de stress", disse o presidente do Banif, que esteve fora do grupo de bancos examinados nos primeiros testes realizados a nível europeu - CGD, BES, BCP e BPI (o Santander Totta foi avaliado como subsidiária do grupo Santander). Durante a conferência de imprensa de divulgação das contas de 2010, Marques dos Santos explicou que pediu "expressamente" ao BdP que "incluísse" o Banif neste lote de bancos, cujo capital será alvo de testes de resistência a cenários macro-económicos adversos. O BdP, disse, ainda não respondeu.

"O Banif está preparado para ficar bem na fotografia", até porque os indicadores testados são os do banco, que tem um core capital de 10 por cento, e não os do grupo. No que respeita aos indicadores de solvabilidade, o Tier 1 (que mede a saúde financeira dos bancos) fixou-se, em 2010, em 8,47 por cento, valor que no ano anterior fora de 8,14 por cento (o BdP recomenda um mínimo de oito por cento).

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