Passos garante que a "esmagadora maioria" das reformas já está concluída

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Os portugueses têm um "caminho aberto para fazer tudo", disse Passos na televisão dr

Na sua mensagem de Natal, o primeiro-ministro insistiu menos na palavra confiança, mas garantiu que todos serão chamados a participar no esforço e todos beneficiarão das oportunidades

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ao proferir a sua mensagem de Natal, ontem à noite, garantiu que "a esmagadora maioria das medidas que faziam parte" do programa de reformas da sociedade portuguesa, incluído no Memorando de Entendimento assinado com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, "está já concluída ou em fase de conclusão".

No tom confiante que o caracteriza, Passos Coelho auto-elogiou-se mesmo ao afirmar que o Governo, durante o último ano e meio, criou "uma relação de grande confiança com as instituições internacionais responsáveis por esse programa". E não hesitou também em vangloriar-se das reformas já efectuadas e do que foi conseguido até aqui nas tentativas de ultrapassagem da crise e de cumprimento dos compromissos para com os credores.

"Transformámos alguns aspectos da nossa economia que sempre tinham sido obstáculos ao investimento e à criação de riqueza e que em muitos casos se mantinha fechada à participação de todos", sublinhou o primeiro-ministro, acrescentando: "Iniciámos um processo de reforma das estruturas e funções do Estado, um processo tantas vezes adiado, aqui como noutros países, mas que é agora inadiável, para nós como para os nossos parceiros europeus."

E considerando que "nalguns aspectos" tem de ser continuado "o trabalho" e que "noutros" aspectos esse trabalho tem "certamente de melhorar e noutros ainda haverá novas tarefas no futuro próximo", o primeiro-ministro garantiu que os portugueses têm um "caminho aberto para fazer tudo" e "uma oportunidade que é finalmente" para "agarrar com ambas as mãos".

A ideia de iminência de superação da crise que caracteriza a mensagem de Passos Coelho foi já por si reafirmada a semana passada, no debate quinzenal na Assembleia da República. Então, frisou mesmo que 2012 foi o pior ano desde 1974, mas que foi também "um ano de reformas como o país nunca tinha assistido". E logo nesse debate afirmou que 2013 será "um ano de estabilização e um ano de viragem" que preparará "o regresso ao crescimento em 2014".

Esforços e benefícios

O primeiro-ministro garantiu, por outro lado, que "todos foram e continuarão a ser chamados a participar" no "esforço nacional" para a saída da crise. Ao apresentar a sua mensagem de Natal, Passos Coelho acrescentou uma segunda garantia igualitária, a de que "todos beneficiarão das novas oportunidades" que serão criadas "nos próximos anos".

E justificou a decisão de tratar todos por igual, afirmando: "Julgo que foi um imperativo de justiça que aqueles que vivem com mais recursos económicos tenham sido chamados a dar um contributo maior para que - por exemplo - nove em cada dez reformados não tenham sido atingidos por cortes ou reduções nas suas pensões."

Salientando a tentativa de não penalizar ao nível dos cortes da Segurança Social quem menos tem, o primeiro-ministro lembrou que o Governo conseguiu "mesmo actualizar as pensões mínimas acima da inflação".

Passos Coelho comprometeu-se também com a garantia de que "ninguém sairá desta crise sem a capacidade plena de aproveitar essas oportunidades". E insistiu na promessa: "Ninguém que esteve presente nos piores momentos da crise, com a sua coragem e o seu esforço, será deixado para trás nos anos de oportunidade que temos pela frente."

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