Willis perdeu mas foi a estrela do dia

Gastão Elias não conseguiu recuperar a desvantagem da véspera e foi eliminado do torneio de Wimbledon.

Foto
Marcus Willis defrontou Roger Federer Tony O'Brien/Reuters

Um facto raro: Roger Federer não foi o favorito do público no encontro que disputou no court central do centenário All England Club. As excepções à regra só acontecem quando defronta um tenista britânico, por exemplo Andy Murray. Mas, desta vez, a estrela da segunda ronda do torneio de Wimbledon foi Marcus Willis que, qual conto de fadas, veio das profundezas do 772.º lugar do ranking e das pré-qualificações para desafiar Federer. Após a esperada, mas honrosa, derrota, por 6-0, 6-3 e 6-4, Willis teve o merecido prémio: uma estrondosa ovação do público compatriota que o deixou emocionado.

“Estou exausto. Penso que agora mereço uma cerveja”, disse Willis, vencedor de sete encontros nas últimas três semanas: três no pré-qualifying, outros três no qualifying e outro na primeira ronda. Antes, o seu treinador pediu permissão ao juiz-árbitro do torneio para Willis ir ao court central – onde Novak Djokovic vencia o 30.º encontro consecutivo em torneios do Grand Slam, frente ao francês Adrian Mannarino 6-4, 6-3 e 7-6 (7/5) – para se ambientar. Uma boa decisão, pois diante de Federer, sete vezes campeão em Wimbledon, Willis não acusou a diferença de estatutos, só que o suíço de 34 anos não o subestimou. “Sabia que ia ser um encontro completamente diferente. Mentalizei-me para defrontar um adversário do "top-50", pois era a esse nível que ele estava a jogar”, explicou Federer.

Entre os outros vencedores que a chuva permitiu, estão os dois jogadores mais em foco em 2016, Dominic Thiem (8.º) e Alexander Zverev (28.º).

Entre os eliminados está Gastão Elias, que recomeçou o encontro com Radu Albot (110.º) com um break de desvantagem (1-2) no quarto set. Depois de nova interrupção pela chuva após dois jogos (3-2, 30-0), foi tudo muito rápido: Albot concluiu o 4-2, fez um break e serviu para encerrar o encontro. Elias ainda recuperou um dos breaks em atraso, mas a 5-4, Albot fechou: 3-6, 6-2, 7-5 e 6-4.

“Ele estava muito confiante, vem de dois títulos [challengers] e de passar o qualifying. Tive algumas dificuldades em encontrar o timing da resposta e nunca consegui colocar grande pressão no serviço dele, o que fez com que ele jogasse os jogos de resposta com alguma tranquilidade. Acredito que a responder um pouco melhor o resultado iria ser diferente, mas é preciso jogar com o que se tem no momento”, explicou Elias, que vai agora disputar um challenger, antes de dois ATP 250, em Baastad e Umag.

Sugerir correcção
Comentar