Duas grandes penalidades mantêm FC Porto e Vitória a partilhar liderança

Fraca capacidade ofensiva foi a debilidade de um jogo intenso e bem disputado. As duas equipas perderam os primeiros pontos nesta temporada.

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Foto: Miguel Riopa/AFP
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Só houve golos de grande penalidade. E isso diz muito sobre um jogo em que, apesar de intenso e bem disputado, os líderes do campeonato FC Porto e Vitória de Guimarães se revelaram pouco capazes no ataque. A falta de ideias foi sobretudo notória nos “dragões”, que passaram mais de 50 minutos a jogar de forma lenta e não tiveram capacidade para desmontar a estratégia da jovem equipa da casa. Além de igualadas no jogo deste domingo (1-1), em Guimarães, as duas equipas continuam juntas no primeiro lugar da Liga – partilhado com o Rio Ave e agora também o Benfica.

FC Porto e Vitória são dois emblemas que, nesta época, aparecem alicerçados nos mesmos princípios, mas com argumentos diferentes. Ambos têm plantéis baseados em jovens de boa qualidade e grande margem de progressão, ainda que os “azuis e brancos” tenham construído este grupo à custa de argumentos financeiros, ao passo que os vimaranenses apostatam, por obrigação, em jogadores provenientes da formação e da equipa B.

Todavia, apenas a espaços essa diferença de argumentos foi visível no jogo. A organização e a capacidade de sacrifício da equipa de Rui Vitória, que já lhe tinham valido três triunfos nas primeiras três jornadas do campeonato, ajudaram a disfarçar a juventude excessiva de algumas unidades ao longo de quase todo o encontro. A equipa da casa fez-se valer, sobretudo, da fibra demonstrada pelo meio-campo constituído por Cafú e André André, que ocuparam bem os espaços, reduzindo a margem de manobra ao FC Porto na fase de construção ofensiva.

Foi no meio-campo que esteve a chave deste encontro e a capacidade táctica dos vimaranenses anulou o trio composto por Casemiro, Rúben Neves e Herrera, que passou 50 minutos a jogar a ritmo lento e incapaz de encontrar soluções para construir lances ofensivos. Lopetegui percebeu isso e, aos 54', fez Evandro entrar para o lugar de Rúben Neves. O brasileiro vindo do Estoril pediu bola e andou a deambular pelo campo, aproximando-se de Brahimi, o único portista capaz de romper linhas e desposicionar o adversário. O jogo acelerou de imediato e o FC Porto melhorou, chegando ao golo.

Uma estratégia como a vitoriana fica muito exposta a erros individuais. E foi num lance em que um jogador da casa errou – o jovem Bruno Gaspar, a estrear-se na I Liga, deixou escapar Brahimi e, depois, provocou o contacto com o argelino – que o FC Porto conseguiu chegar ao golo. Chamado à marcação da grande penalidade, Jackson Martinez não desperdiçou e fez o seu quinto golo nesta época.

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Estavam jogados 61' quando a equipa de Julen Lopetegui se pôs em vantagem, mas não foi capaz de manter a liderança no jogo. Bastariam oito minutos para que o encontro voltasse a ficar empatado. E novamente de grande penalidade. Num livre de laboratório da equipa vitoriana, André André escapou à marcação e caiu na área, num lance com Jackson. O árbitro Paulo Baptista apontou para a marca de grande penalidade e Bernard bateu Fabiano quando foi chamado à cobrança.

Os portistas contestaram a decisão de Paulo Baptista e voltaram a criticar a decisão da arbitragem aos 72', quando um golo apontado por Brahimi – a melhor unidade dos visitantes ao longo de todo o encontro – foi anulado por fora-de-jogo. O jogo continuou empatado e assim ficou até ao final. O Vitória reforçou a sua estratégia de “secar” o meio-campo adversário com a entrada de Bruno Alves, minutos depois do lance do golo anulado, e o FC Porto manteve a pouca capacidade de criação de oportunidades.

A opção provocou o recuo das linhas vitorianas e os “dragões” pressionaram mais, fazendo entrar Tello e Aboubakar – Quaresma voltou a não ser utilizado. Aos 84', o FC Porto podia ter reclamado o triunfo. Primeiro, Cristian Tello apareceu em boa posição para marcar, numa diagonal do lado direito, mas perdeu muito tempo na altura de definir. No instante seguinte, Jackson falhou o desvio da bola à boca da baliza. Na fase final, a melhor tentativa vitoriana apareceu sobre o minuto 90, num livre batido por Bernard, que Fabiano defendeu com dificuldade.

 


 

 

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