Usain Bolt, o atleta deprimido que quer experimentar jogar futebol

Velocista jamaicano diz que não sente motivação para correr e que vai treinar futebol com o Borussia Dortmund.

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Bolt deixa os sprints no Mundial de 2017 e depois vai experimentar o futebol Reuters/NEIL HALL

Já era conhecida a vontade de Usain Bolt em experimentar o futebol, mas, à margem da estreia do documentário sobre a sua vida, I Am Bolt, em Londres, o recordista mundial das marcas de 100 e 200 metros reforçou essa ideia ao aceitar uma proposta da Puma - empresa que o patrocina bem como o clube de Dortmund -, para um treino com a equipa alemã.

Faltam palavras (e títulos) para descrever Bolt enquanto atleta e as muitas vitórias e recordes que conseguiu. O jamaicano dominou as provas de velocidade da última década e nunca pareceu ter adversário à altura. Talvez isso explique o anúncio de retirada do atletismo depois do Campeonato do Mundo, de 5 a 13 de Agosto do próximo ano, em Londres.

Depois dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e Londres 2012, foi no Rio 2016 que Usain Bolt fechou o seu percurso épico nas competições olímpicas. Bolt admitiu ter lutado para se motivar para os Jogos Olímpicos deste ano e acabou por não sentir dificuldades de maior para repetir a conquista das medalhas de ouro individuais nos 100m e 200m (mais o título colectivo 4x100m). O jamaicano diz que não sente pressão, nem motivação, mas sim descontracção na preparação para a sua última temporada, depois do campeonato mundial de 2017.

Em declarações ao jornal inglês "The Guardian", o campeão olímpico confessou que "a carga de trabalho que levava até aos Jogos Olímpicos e até mesmo nos campeonatos mundiais de 2015 significava que havia muita pressão e stress, que já não se divertia”, justificando as tentativas de sair do atletismo antes. Bolt garantiu que o facto de só correr os 100m nos campeonatos mundiais, do próximo ano, serve apenas para mudar o seu treino, de forma a “torná-lo menos difícil e mais eficiente". Todavia, alertou os seus rivais mais jovens, como o canadiano Andre De Grasse, vencedor da medalha de prata nos 200m no Rio 2016, que ainda é “o homem a bater”.

O velocista, de 30 anos, também confirmou que falou com o presidente da federação internacional de atletismo (IAAF), Seb Coe, sobre ter um papel de embaixador da modalidade após a sua retirada. Bolt e Coe tiveram conversas, nas quais o jamaicano disse “que gostava de continuar a ser uma parte do atletismo e promovê-lo sempre que possível”. O homem mais rápido planeta adiantou ainda que quer fazer mais trabalho de caridade.

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