Luis Suárez voltou ao Uruguai e não teve piedade dos colegas do Liverpool

Avançado recuperou de uma lesão no joelho e chegou a tempo a este Mundial para vencer a Inglaterra. Os britânicos precisam quase de um milagre.

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Suárez bisou Reuters

Steven Gerrard refere constantemente que Luis Suárez é o melhor jogador com quem já partilhou o balneário em Liverpool. Nesta quinta-feira, o capitão da Inglaterra teve de enfrentar como adversário o seu colega e terá lamentado profundamente ter razão nos elogios. O avançado uruguaio marcou os dois golos do triunfo dos sul-americanos (2-1), que deixaram os britânicos dependentes de um milagre para continuarem no Mundial. E o pior de tudo, para Gerrard, é que foi ele a “assistir” Suárez para o golo decisivo.

O conjunto inglês não teve razões de queixa do clima no Itaquerão. Pelo contrário. Em contraste com o sufocante ambiente de estufa que enfrentou na Amazónia, onde fora derrotado, pela Itália (2-1), o conjunto de Roy Hodgson foi recebido em São Paulo com uma tarde invernosa, bem ao estilo britânico. O ambiente febril nas bancadas trouxe outras boas memórias de casa aos jogadores, mas nada disto foi suficiente para alterar o desfecho da partida. O resultado do primeiro jogo repetiu-se.

Na realidade, o Uruguai demonstrou sempre mais coração, garra e acutilância para merecer os três pontos, que lhe permitem continuar a sonhar com os oitavos-de-final. Acima de tudo, a equipa “celeste” demonstrou que o tropeção contra a Costa Rica na primeira jornada (3-1) foi mesmo um acidente. É claro que, desta vez, estava Luis Suárez em campo, depois de recuperar de uma lesão que o retirara da estreia. E isso faz a diferença, em especial quando tem ao lado Edinson Cavani.

Os dois construíram o golo de abertura, aos 39’, numa altura em que a partida estava ainda dividida, com um par de boas oportunidades para cada lado. Assistido na perfeição pelo atacante do Paris Saint-Germain, Suárez correspondeu com uma finalização à altura, cabeceando em arco, com a bola a passar por cima do guarda-redes Joe Hart.

Os uruguaios entusiasmaram-se e, logo após o intervalo, atiraram-se com ganas à baliza inglesa e com os suspeitos do costume a voltarem a preencher o palco do Corinthians. Primeiro foi Suárez, aos 49’, deixando desta vez espaço para Hart brilhar. Depois, aos 52’, Cavani quis adornar demasiadamente o remate, acabando por falhar ligeiramente o alvo já perto da baliza.

A Inglaterra estava encostada às cordas, mas suportou as pancadas e reagiu com um golpe quase eficaz, aos 54’. Wayne Rooney dominou na área em posição frontal, mas não conseguiu bater Muslera. Era a melhor oportunidade dos europeus em todo o encontro. O lance recolocou a partida na lógica do primeiro tempo: maior domínio territorial inglês (62% de posse de bola contra 38% no final do encontro), mas pouco acerto na finalização, onde Sturridge foi particularmente perdulário.

Já parecia impossível ver um golo europeu no Itaquerão, quando, aos 75’, Rooney ressurgiu das cinzas e, depois de nove jogos espalhados por três Mundiais, estreou-se finalmente a marcar no torneio à 10.ª tentativa. Mérito ainda para o lateral direito Glen Johnson, que irrompeu com determinação pelo ataque, cruzando para o colega encostar ao segundo poste. A Inglaterra voltava ao jogo.

Mas o Uruguai parecia o mais inconformado. A cinco minutos dos 90’, Muslera repôs uma bola em campo com um lançamento longo, Gerrard tocou-lhe pelo caminho colocando em posição legal Suárez, na esquerda. O sul-americano galgou para a baliza e fuzilou as redes, sem hipótese para Hart desviar o projéctil. O resultado estava feito e a festa nas bancadas foi azul celeste.

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