Uruguai continua em prova, mas Suárez deve regressar a casa mais cedo

FIFA está a analisar as imagens em que se vê o avançado uruguaio a morder o ombro do italiano Giorgio Chiellini. É a terceira vez na sua carreira que Suárez morde um adversário.

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Depois de ter mordido o defesa italiano Giorgio Chiellini durante o jogo Itália-Uruguai, na terça-feira, o avançado uruguaio Luis Suárez pode começar a preparar-se para fazer as malas e sair do Mundial de futebol mais cedo do que o resto da sua equipa. A FIFA está a investigar o caso, mas as imagens da televisão e as marcas no ombro do jogador italiano não deixam grande margem à imaginação: o uruguaio dificilmente escapará a um castigo inferior a dez jogos de suspensão.

A punição da FIFA (conhecida por ter uma tendência para ser especialmente dura em casos tão evidentes e mediáticos como este) não deixará de levar em conta que esta não é a primeira mordidela de Luis Suárez a um adversário. Nem a segunda.

O pugilista Mike Tyson pode reclamar para si a autoria da mordidela mais conhecida da história do desporto, mas ninguém tira o lugar a Luis Suárez como o mais persistente – em menos de quatro anos, o uruguaio já mordeu três jogadores.

A primeira vítima de Luis Suárez foi o médio Otman Bakkal, quando ambos jogavam no campeonato da Holanda, em Novembro de 2010.

No meio de uma confusão entre vários jogadores, o uruguaio cravou os dentes no ombro do holandês e passou a ser conhecido no país como o "Canibal do Ajax" – e também por "vampiro" ou "zombie". Foi suspenso por dois jogos pelo seu próprio clube, mas a federação holandesa aumento o castigo para um total de sete jogos de suspensão.

Há pouco mais de um ano, em Abril de 2013, já ao serviço dos ingleses do Liverpool, Luis Suárez voltou a morder.

Num jogo contra o Chelsea, o uruguaio agarrou o sérvio Branislav Ivanovic e mordeu-lhe o braço direito. O árbitro não viu o incidente e o uruguaio continuou em campo, acabando mesmo por marcar o golo que deu o empate à sua equipa.

Acusado de conduta violenta – e tratado como o reincidente que era –, Luis Suárez foi suspenso por dez jogos.

Em ambos os casos, o jogador uruguaio foi repreendido pelos seus próprios clubes, mas tentou sempre relativizar a gravidade atribuída às suas acções. No meio de uma espécie de pedido de desculpas forçado, Suárez argumentou que as mordidelas são "coisas que acontecem".

As suas declarações no final do jogo de terça-feira, depois de ter mordido o ombro do italiano Giorgio Chiellini, mostram que há um padrão no comportamento do avançado uruguaio: "São coisas que acontecem durante um jogo. Estávamos os dois sozinhos e ele chocou contra o meu olho. Não vale a pena dar muita importância a este caso."

Depois da mordidela no jogo contra o Chelsea, em Abril do ano passado, o psicólogo Thomas Fawcett, da Universidade de Salford, disse à BBC que não seria estranho se Suárez voltasse a morder um adversário. "Faz parte dele. Dentro de cinco anos, se houver alguma coisa que o afecte de uma determinada forma, ele irá reagir da mesma maneira", disse o psicólogo. Para este especialista, não vale a pena procurar muitas razões para explicar a tendência de Luis Suárez para morder: "Não é algo planeado com antecedência. É muito espontâneo, uma resposta emocional. É um impulso."

A maior punição aplicada pela FIFA durante um Mundial de futebol aconteceu em 1994, nos Estados Unidos. O italiano Mauro Tassotti foi castigado com oito jogos de suspensão por ter partido o nariz do espanhol Luis Enrique com uma cotoveladaTal como no caso de Luis Suárez, o árbitro desse Itália 2 – Espanha 1 também não viu o incidente, e o jogador italiano foi suspenso depois de o conselho de disciplina da FIFA ter visto as imagens televisivas.

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