United consegue travar Bayern em Old Trafford

"Red devils" continuam vivos no duelo dos quartos-de-final da Liga dos Campeões com os bávaros, depois de um empate caseiro (1-1) no jogo da primeira mão.

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O United resistiu ao Bayern e esteve perto da vitória CHRISTOF STACHE/AFP

Manchester United e Bayern Munique estão entre as equipas com mais história do futebol europeu. Entre elas, contam-se oito títulos na Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, um deles decidido entre ambos a favor dos red devils numa das finais mais emocionantes de sempre. Mas nesta terça-feira quase todos apostavam numa vitória folgada dos bávaros. A expectativa era que este United de David Moyes, mais uma vez, caísse com estrondo, como tantas vezes tem acontecido esta época. Mas não caiu. Aguentou-se e continua vivo na discussão por um lugar nas meias-finais da Champions ao conseguir um empate (1-1), em Old Trafford, frente ao actual campeão europeu.

A vantagem para a segunda mão, a disputar no Allianz Arena, está do lado dos comandados de Pep Guardiola, com o golo que conseguiu marcar fora. Mas este primeiro embate entre dois “velhos” rivais mostrou que o Bayern talvez tenha sido demasiado condescente em relação ao seu adversário. E que o United, tão habituado a ganhar e a ser superior, tenha interiorizado a sua inferioridade em relação ao Bayern para jogar, perante o seu público, como um David que enfrenta um Golias, ainda por cima sem a sua melhor arma (Van Persie). Resistir, esperar e, se tiver a oportunidade, atacar. E, depois, resistir outra vez. Era esse o plano para evitar a humilhação anunciada.

Desde o primeiro minuto que as equipas mostraram bem ao que vinham. O Bayern foi fiel ao estilo que Pep Guardiola levou para Munique, o mesmo que já tinha implantado no Barcelona, o da troca de bola até deixar o adversário exausto e aproveitar o erro. O United, por seu lado, defendia com um autocarro, que é o mesmo que dizer, com 11.

Parecia que o United iria quebrar a qualquer momento. Não teria ritmo para aguentar aquele estilo de jogo, não com o quarentão Ryan Giggs (único sobrevivente da tal final de 1999), não com os lentos e inseguros Carrick e Fellaini. Mas a bola foi-se mantendo longe da baliza de De Gea e a verdade é que o Bayern pouco rematou, mesmo quando teve oportunidades para o fazer. Aos 39’, não foi o Bayern quem esteve perto de marcar, mas o United. Um raro erro de cálculo dos bávaros deixaram Danny Welbeck na cara de Neuer, mas o inglês não teve arte para bater o guarda-redes alemão.

Ainda não era altura para Old Trafford festejar, mas não iria demorar muito, até porque os germânicos começaram a ser mais condescendentes e menos concentrados, algo que não pode acontecer no seu tiki-taka. O que era completamente impossível parecia agora um pouco menos impossível e o United, com as suas poucas armas, começou a fazer alguma mossa.

Aos 58’, Rooney marcou o canto e Vidic, que está a poucos meses de trocar Manchester por Milão, surgiu isolado e cabeceou para o fundo da baliza. Dado como figurante na eliminatória, o United mostrava que, afinal ainda tinha uma palavra a dizer, como havia dito na eliminatória anterior frente ao Olympiacos depois de também parecer moribundo.

O melhor que o Bayern conseguiu fazer foi chegar ao empate aos 66’, com Schweinsteiger a concluir uma jogada que passou por Muller, Rafilha e pela cabeça de Mandzukic. O médio germânico acabaria expulso perto do final do jogo, por falta sobre Rooney, e não irá estar no jogo da próxima quarta-feira, em Munique, tal como Javi Martinez, que viu um amarelo.

O Bayern sai de Old Trafford menos tranquilo do que esperava, enquanto o United fugiu por alguns momentos ao seu presente terrível. Ainda não foi desta que os red devils ganharam a Guardiola (como jogador e como treinador) e, provavelmente, não irá conseguir ultrapassar uma eliminatória que continua a parecer desequilibrada. Nos tempos de Alex Ferguson, seria um empate com sabor a derrota, mas para Moyes deve ter tido o travo da melhor vitória da temporada.

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