Uma Vuelta para esquecer o Tour

A Volta à Espanha em bicicleta começa neste sábado, com muitos candidatos à vitória e dois portugueses no pelotão.

Foto
Nairo Quintana é um dos favoritos à Vuelta depois de ter ganho o Tour Luk Benies/AFP

Nunca como este ano a Volta à Espanha surgiu tanto como a prova ideal para compensar as desilusões sofridas no Tour. Habitualmente encarada como uma espécie de prémio de consolação para os ciclistas que falharam na mais importante prova por etapas do planeta, a Vuelta pode ser a tábua de salvação para vários dos melhores ciclistas do momento, quando a época se aproxima do fim.

Pelo menos meia dúzia de antigos vencedores das principais Voltas estarão em Jerez de la Frontera, na primeira das 21 etapas (haverá dois dias de descanso) da prova, um contra-relógio por equipas com a extensão de 12,6kms.

É verdade que o italiano Vincenzo Nibali, vencedor do Tour deste ano, não estará, nem o norte-americano Chris Horner (42 ans), o último a conquistar a camisola vermelha, mas não faltam nomes sonantes, tais como o britânico Chris Froome (Tour 2013), o colombiano Nairo Quintana (Giro 2014) e o espanhol Alberto Contador (5 triunfos nas grandes Voltas). E a estes há que acrescentar o também espanhol Alejandro Valverde (Vuelta 2009), o canadiano Ryder Hesjedal (Giro 2012) ou ainda o australiano Cadel Evans (Tour 2011). Se não chegarem, pode sempre referir-se o francês Thibaut Pinot (terceiro no último Tour) ou o colombiano Rigoberto Uran e o italiano Fabio Aru, segundo e terceiro no último Giro.

A grande dúvida é qual o estado em que chegam alguns destes candidatos à Vuelta, especialmente Froome e Contador, vítimas de abandonos no Tour. O britânico disse adeus à corrida francesa logo na quinta etapa, depois de ter sofrido três quedas em dois dias consecutivos. O espanhol regressa poucas semanas depois de ter recomeçado a treinar, depois de ter saído da Volta à França com uma perna muito mal tratada na sequência de uma queda na 10.ª tirada.

Em bem melhores condições surge o colombiano Nairo Quintana, imperial na vitória alcançada no Giro, nesta Primavera, e que não teve mais nenhuma competição que o fizesse desgastar-se. Aliás, chega a esta Vuelta com um recente triunfo na Volta a Burgos, que encarou como teste final para os cerca de 3200kms e 13 chegadas em montanha que a Vuelta deste ano reserva (um sinal de que a ausência dos Pirenéus foi, devidamente compensada), para além de um contra-relógio individual.

Quanto aos portugueses, só dois no pelotão de 198 ciclistas e, nem André Cardoso (Garmin-Sharp), nem Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) têm grandes aspirações a não ser terminarem.

Sugerir correcção
Comentar