Uma mixórdia e uma certeza

1. Por vezes não se revela fácil encontrar um tema para este espaço que crie a esperança de interessar a quem escreve e a quem lê. Ontem deparei-me com essa dificuldade. Contudo, a imprensa escrita forneceu matéria mais do que suficiente para um assinalável conjunto de temas. Porque cada um deles conduziria a um texto próprio, quedei-me por esta mixórdia a que aditei, singelamente, uma certeza.

2. Em primeiro lugar, um registo dignificante: "Líder da claque portista, Madureira, não poupou elogios a Pedro Proença durante debate (XIII Encontro Nacional do Árbitro Jovem) na Batalha. Madureira e Proença aparecem numa foto em clima festivo antes do início do debate".

No ano passado fui convidado e participei no XII encontro. Não é algo que, agora, tenha orgulho que conste do meu CV. Como é possível apresentar a dezenas de crianças este espectáculo, em que um dos protagonistas é membro de uma organização das que potenciam a violência no futebol? Que futebol quer, afinal, a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol?

3. Amanhã, há quem volte a chorar, porventura de felicidade. E todos querem ir à Quinta (diga-se, de passagem, que até é um lugar bem aprazível e, bem vistas as coisas, sempre há leitão ao almoço). O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, ao que parece ainda na qualidade de porta-voz da Associação Nacional de Treinadores e da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, veio defender que esses agentes devem integrar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (nada, diga-se, que a lei vede). Porventura a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, gostaria ainda – a julgar pelo exemplo atrás referido – que na Liga tivessem ainda representação as claques.

4. Godinho Lopes, cuja gestão é agora posta em causa, nos tribunais, pelos actuais dirigentes do Sporting, de passagem, assim como quem não quer a coisa, afirmou numa entrevista,  que foi convidado – por mais do que uma pessoa (é assim mesmo) – para se candidatar à Liga. Não é mau para o processo. Por outro lado, mas ainda verde, surge apontado à Liga, Vítor Ferreira, vice-presidente do Sporting. Não deixa de ser curioso que, no grande jogo de poder, em que o Sporting se encontra, por ora, afastado, as notícias surjam, neste momento, coloridas de verde.

5. Antes, contudo, o Presidente do Conselho de Administração da Marítimo, Futebol, SAD, deu-nos uma leitura deste novo acto eleitoral.

Segundo afirmou, no dia 27, quem for eleito, embora “com os poderes absolutos” de que gozará, tem uma missão muito específica e dir-se-ia primordial: conduzir o processo de reforma dos estatutos da LPFP e dos seus regulamentos, de molde a que não se verifiquem, no futuro, situações de exercício de funções “com poderes absolutos”. Depois, sim, vamos às verdadeiras eleições, já ao abrigo de um novo quadro de referência para a organização e funcionamento da LPFP. Ou seja, o presidente do dia 27 é um presidente transitório. Em breve, tudo é precário e, no rigor das contas, o mais importante está para vir. E aí, chegado o momento, vamos todos à Quinta.

6. As minhas listas de candidaturas aos diversos órgãos da LPFP, que continuo a preparar, sem fugas para a comunicação social, encontram-se praticamente fechadas. A Cristina aceitou e isso resolveu-me uma dificuldade que tinha que ultrapassar com urgência. Os outros nomes surgirão no devido tempo, até ao dia 22. Deixo, porém, como prometido, uma certeza: Presidente da Assembleia Geral só há um: Deus e mais nenhum.

josemeirim@gmail.com

Sugerir correcção
Ler 1 comentários