Uma corrida que nasceu com a liberdade

A São Silvestre da Amadora vai voltar a correr-se na última noite do ano.

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A São Silvestre da Amadora ainda leva muita gente à rua Heinz-Peter Bader/Reuters

A mais tradicional e antiga S. Silvestre, a única que se corre em Portugal em 31 de Dezembro, atingiu a meia-idade. Nascida em 1974, no Portugal de Abril, a 40.ª edição, organizada como sempre pelo Desportivo Operário do Rangel – que tem em António Manuel Simões, dirigente do clube, o pai e desde o início a grande alma da prova –, corre-se a partir das 18h do último dia do ano e está aberta à participação de todos, que se podem inscrever em www.xistarca.pt ou em http://www.saosilvestredaamadora.pt.vu.

Actualmente, não será a mais concorrida, batida pela S. Silvestre de Lisboa, que, no ano passado teve quase 7000 corredores a terminar contra os cerca de 1200 da prova amadorense, mas é certamente a mais assistida de todas as corridas pedestres que se efectuam em Portugal: são mil a correr e mais de cem mil a assistir e a incentivar todos os participantes, desde as estrelas que lutam pelas medalhas às “tartarugas” que terminam nos últimos lugares – já é tradicional a população da Amadora sair em peso à rua, sendo a S. Silvestre parte integrante da celebração da passagem do ano.

Por isso, para quem pratique a corrida a pé é obrigatório participar neste evento único, que é uma experiência inesquecível em clima de festa. É verdade que esta é uma corrida “pobrezinha”, face à opulência da S. Silvestre de Lisboa, mas é um pouco como, no futebol, o Manchester United e o Manchester City: um dos clubes tem uma longa história de prestígio e conquista, o outro tem dinheiro e pouco mais.

Na cerimónia de apresentação da edição de 2014, como já é habitual, foram homenageadas diversas personalidades e entidades ligadas ao atletismo, com destaque para o professor Fonseca e Costa, “fabricante” de muitos campeões como Aurora Cunha ou Carla Sacramento, Carlos Lopes, o campeão olímpico vencedor da primeira S. Silvestre, e outra campeã, Rosa Mota.

Pela primeira vez, a S. Silvestre da Amadora abre-se a atletas com deficiência, tendo estado presente na cerimónia de apresentação o maratonista paralímpico Jorge Pina, cego desde os 31 anos, que criou uma Escola de Atletismo Adaptado sem fins lucrativos, para crianças com deficiência.

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