Um passeio tranquilo no Parque para o Barcelona

Catalães triunfam por 3-1 em Paris sobre o PSG e ficam mais perto das meias-finais da Liga dos Campeões.

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Suarez e Neymar, os autores dos golos do Barcelona Christian Hartmann/Reuters

Os confrontos entre PSG e Barcelona já se transformaram numa espécie de clássico moderno na Liga dos Campeões, os catalães mais habituados a estas coisas e com um prestígio consolidado, os parisienses em busca de um estatuto europeu. Nos últimos embates, o PSG conseguiu sempre dar luta e, nesta época, até conseguiu uma vitória durante a fase de grupos, mas foi o Barcelona quem saiu do Parque dos Príncipes mais próximo das meias-finais, com um triunfo por 3-1 no jogo da primeira mão dos quartos-de-final.

Este foi mesmo o jogo em que as “estrelas” fizeram a diferença. E o Barcelona, que nunca tinha vencido no Parque dos Príncipes, tinha as suas disponíveis, o PSG não. À formação parisiense faltava Zlatan Ibrahimovic, que faz sempre a diferença, mais o inexcedível médio italiano Marco Verratti e o experiente Thiago Motta. Baixas que o Barcelona aproveitou da melhor maneira para construir um resultado suficientemente tranquilo para enfrentar a segunda mão, na próxima terça-feira, em Camp Nou.

Lionel Messi pode não ter chegado aos 400 golos pelo Barcelona em Paris, mas bastou um passe seu para o Barcelona chegar à vantagem. Aos 14’, já o argentino tinha atirado uma bola ao poste, mas aos 18’ foi ele que conduziu um contra-ataque e colocou a bola nos pés de Neymar, que empurrou tranquilamente a bola para o fundo da baliza de Sirigu.

Ainda nem um quarto de jogo tinha decorrido e esta vantagem parecia inteiramente justa. O Barcelona dominava como queria, ao PSG faltava aquela chama que lhe permitira, por exemplo, eliminar o Chelsea nos “oitavos”. Pouco depois do golo sofrido, uma contrariedade para a formação orientada por Laurent Blanc. Aos 20’, Thiago Silva saiu lesionado e deu o lugar ao seu compatriota David Luiz. Muito do que aconteceu depois no jogo passou por esta mudança forçada, já que o ex-central do Benfica esteve, pelos piores motivos, nos dois restantes golos dos catalães.

O 2-0 surgiu apenas na segunda parte. Suárez recebe a bola, passa por dois defesas do PSG — David Luiz era um deles — e faz o golo. O avançado uruguaio fez o seu segundo no jogo aos 80’, após receber uma bola em profundidade, ultrapassando com facilidade David Luiz antes de um espectacular remate de fora da área. Luis Suárez pode ter perdido boa parte da temporada por causa daquela dentada a Chiellini, mas integrou-se muito bem neste Barcelona e está a responder com golos.

A formação orientada por Laurent Blanc ainda conseguiu reduzir aos 82’, por intermédio de Gregory van der Wiel, com o remate do holandês a sofrer um desvio no pé de Mathieu. Foi um golo que caiu do céu para a formação parisiense que, até então, pouco tinha mostrado em termos ofensivos para o merecer.

Mas é um golo que acaba por não afastar totalmente o PSG da luta pela eliminatória. Terá sempre de marcar, no mínimo, três golos em Camp Nou e não sofrer nenhum, ou, então, ganhar por dois de diferença a partir dos 4-2. O futebol está cheio de recuperações milagrosas e Suárez, que foi a estrela maior em Paris, deixou o aviso no final do jogo: “No futebol nunca se sabe o que pode acontecer. Eles têm muita qualidade e temos de ter consciência de que nada está decidido.”

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