Um par de Murrays vale a dobrar

Os irmãos escoceses colocaram a Grã-Bretanha a liderar a final da Taça Davis.

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Jason Cairnduff/Reuters

Em 1906, Laurence e Reggie Doherty conquistaram o terceiro ponto que deu o triunfo às Ilhas Britânicas na Taça Davis. Neste sábado, em Gent, Andy e Jamie Murray colocaram-se em excelente posição para se tornarem nos primeiros irmãos britânicos em mais de um século a vencer a mais antiga competição desportiva por nações. Em pouco menos de três horas, os Murray derrotaram David Goffin e Steve Darcis, permitindo que a Grã-Bretanha chegue ao último dia da final em vantagem (2-1).

“Foi o encontro de pares mais importante da minha carreira. Conseguir vencer e jogar com o meu irmão tem ainda mais significado”, admitiu Andy Murray, após a vitória da Grã-Bretanha, por 6-4, 4-6, 6-3 e 6-2 — a quarta dos Murray em outros tantos encontros na Taça Davis.

Em contraste, Goffin nunca tinha vencido um encontro de pares até há um mês, quando a aproximação da final o obrigou a competir num par de torneios. Ao lado do compatriota Darcis não competia desde 2013 e nem a contratação recente do francês e antigo número três do ranking da variante, Michael Llodra, conseguiu reduzir a diferença de qualidade e entrosamento entre as duplas.

O primeiro break-point do encontro, dirigido por Carlos Ramos, surgiu no nono jogo, no serviço de Andy Murray, mas o número dois do ranking de singulares acabou por fechar com o primeiro ás. A seguir, Goffin não aproveitou a vantagem de 40-15 e depois de Darcis colocar o smash fora, os Murray foram à rede concretizar o primeiro set-point.

Na segunda partida, a dupla da casa aproveitou uma dupla-falta de Jamie para se adiantar para 2-1 e, apesar de um break-point enfrentado, conservou a vantagem até fechar a partida. No terceiro jogo do terceiro set, Goffin e Darcis assinaram o primeiro break, mas este último não confirmou a vantagem. Os britânicos corrigiram o seu posicionamento quando respondiam ao serviço e assinaram uma série de três jogos, interrompida quando, a 4-2, Jamie Murray foi “quebrado”. Só que Darcis voltou a não evitar um break, desta vez em branco. E Andy Murray, com o serviço inviolável, concluiu o set.

Darcis confirmou ser o elo mais fraco quando assinou a primeira dupla-falta belga em todo o encontro e ofereceu um break-point que originou o 2-1 para os britânicos. O par belga reagiu de imediato no serviço de Jamie, mas não aproveitou os sete break-points à sua disposição. Foram as últimas oportunidades para a Bélgica neste encontro, encerrado ao fim de 2h49m.

No domingo, Goffin tem a difícil tarefa de vencer Andy Murray e manter intactas as esperanças da Bélgica em vencer a final. “Enquanto equipa temos de acreditar. Tudo pode acontecer na Taça Davis”, lembrou o seleccionador belga, Johan Van Herck.

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