Um extra para o Benfica e um quase tudo para o FC Porto

Terceiro confronto da época entre benfiquistas e portistas define nesta quarta-feira, na Luz, um dos finalistas da ?Taça de Portugal. Equipa de Luís Castro está em vantagem depois do triunfo por 1-0, na primeira mão.

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Mangala e Rodrigo durante o jogo da primeira mão das meias-finais Fernando Veludo/NFactos

Os sorteios e os condicionalismos de calendário assim o ditaram. Benfica e FC Porto vão terminar a época com cinco confrontos entre si. Já aconteceram dois e nesta quarta-feira, no Estádio da Luz, será o terceiro (haverá ainda um na Taça da Liga e outro na última jornada do campeonato), aquele que irá decidir qual dos dois irá estar no Jamor a 18 de Maio, para defrontar Sp. Braga ou Rio Ave. O prémio é igual para os dois, mas tem um significado diferente no contexto da época que está quase a terminar. Para o Benfica, quase a chegar ao título, a perspectiva de conquistar a Taça será uma cereja, para o FC Porto, que aguardará com impaciência o final da época, será o bolo quase todo.

São os portistas que entram em vantagem para esta segunda mão das meias-finais, depois do triunfo por 1-0 no Dragão há duas semanas (golo de Jackson aos 6’). Com o título há muito fora dos seus horizontes e a recente eliminação na Liga Europa, a Taça de Portugal é, dos que restam, o objectivo mais desejado — a Taça da Liga, na qual FC Porto e Benfica também se vão defrontar nas meias-finais, estará sempre em último na lista das prioridades. Numa época de turbulência e equívocos na formação da equipa técnica e do plantel, a Taça será um razoável prémio de consolação e um bom cartão de visita para Luís Castro, que tem feito o que pode com o que lhe deixaram.

O técnico portista deixou, aliás, bem à vista o quanto aposta nesta Taça, ao deixar de fora do jogo com o Sporting de Braga jogadores como Ricardo Quaresma ou Danilo. A gestão resultou e o FC Porto ganhou no Minho e estará na Luz, em teoria, com a sua melhor equipa. O Benfica, pelo contrário, terá de lidar com a falta de Oblak na baliza, continuando Luisão e Fejsa em dúvida até ao apito inicial. Resta saber se o técnico vai manter-se fiel à sua gestão de activos, tendo em conta que ainda tem um título nacional para garantir no próximo domingo, também na Luz, frente ao Olhanense.

Depois de um ano de fracasso em que esgotou os seus melhores recursos, Jesus tem-se dado bem com esta estratégia de rotação (tem plantel para isso, ao contrário da época passada) e vai mantendo o Benfica em todas as frentes: primeiro no campeonato, com sete pontos de vantagem sobre o segundo e a uma vitória do título, mais as meias-finais na Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga. No Dragão, o Benfica sofreu uma das suas raras derrotas da época, mas saiu de lá vivo e com todas as condições para chegar à final e lutar pela sua 25.ª Taça de Portugal.

“Temos feito sempre modificações e a equipa tem correspondido na maior parte dos jogos. Temos revelado uma rentabilidade em jogo muito boa”, defende Jorge Jesus, que ainda não tem nenhuma Taça de Portugal no seu currículo, nem como jogador, nem como treinador. O técnico “encarnado” acredita que o Benfica tem capacidade para reagir ao desaire da primeira mão: “As expectativas são sempre as melhores, porque acreditamos no nosso valor. Saímos em desvantagem, mas temos todas as possibilidades de repor essa desvantagem pela qualidade do nosso jogo e pelo momento que estamos a atravessar. Temos de fazer um jogo de muita qualidade frente a um adversário de muita qualidade.”

Este será o 35.º jogo em que Benfica e FC Porto se defrontam na Taça de Portugal. A equipa da Luz tem uma grande vantagem nestes confrontos, com 20 vitórias, contra nove dos “dragões” (cinco empates). Da primeira vez que ambos se defrontaram na Taça, em 1939, venceram os portistas por 6-1, mas, no jogo da segunda mão, o Benfica respondeu com um triunfo por 6-0, num jogo em que os jogadores do FC Porto abandonaram o campo, aos 75’.

Em termos de eliminatórias ganhas, a vantagem também está do lado dos “encarnados”, que triunfaram em 19 (incluindo oito finais), enquanto os portistas ganharam seis (uma final), a última das quais em 2011, em que conseguiram ultrapassar uma derrota por 2-0 no Dragão com uma vitória por 3-1 na Luz.
 

 

 

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