Treino específico leva Nadal aos "quartos"

Treinador Carlos Moya na base da confiança do tenista espanhol no Open da Austrália.

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Rafael Nadal exulta com a sua presença nos quartos-de-final do Open da Austrália LUSA/FILIP SINGER

Foi quase há dois anos que Rafael Nadal jogou pela última vez nos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam. No Open da Austrália, o campeão espanhol vai reviver esses dias, ao eliminar Gael Monfils, pondo igualmente fim a uma série de quatro derrotas diante de "top-10" nos majors. Os treinos específicos, introduzidos por Carlos Moya, recrutado recentemente para a equipa técnica, começam a fazer efeito. E a possibilidade de uma final de um Grand Slam entre Nadal e Roger Federer, que não acontece desde 2011, vai aumentando.

“Para mim, significa muito porque começo a época a disputar outra vez os quartos-de-final de um Grand Slam, ainda para mais, em hardcourt”, reconheceu Nadal, após derrotar Monfils (6.º ATP), por 6-3, 6-3, 4-6 e 6-4. “Carlos trouxe novos exercícios. Desde que ele chegou, temos menos mais coisas específicas”, revelou o detentor de 14 títulos do Grand Slam.

Monfils mostrou os seus progressos que o levaram ao seu melhor ranking e teve a capacidade de reagir no terceiro set, que terminou em grande estilo, servindo a 224km/h. O francês continuou a dominar no quarto set, que liderou por 4-2, elevando o número de winners (52 no total).

Não há números sobre a força mental, mas foi aí que Nadal mais uma vez mostrou a sua qualidade de competidor, reagindo com um break para 4-4, confirmado de seguida com um jogo em branco. Monfils acusou o momento, entregando o encontro com três erros de direita, um de esquerda e uma dupla-falta – e terminando com 64 erros não forçados, mais do dobro dos do espanhol.

Nos quartos-de-final, Nadal vai encontrar o mais cotado tenista ainda presente no quadro, Milos Raonic (3.º), que o derrotou há duas semanas. “Preciso de estar muito focado no meu serviço e ser agressivo. Senão, estou ‘morto’, porque ele tem um jogo agressivo. Em Brisbane, venceu-me, mas também é verdade que estive perto de ganhar”, frisou Nadal. Em Melbourne, Raonic apoiou-se em 33 ases para ultrapassar o espanhol Roberto Bautista Agut (13.º), por 7-6 (10/8), 3-6, 6-4 e 6-1.

No outro “quarto” vão estar David Goffin e Grigor Dimitrov. Goffin (11.º) ultrapassou o amigo Dominic Thiem (8.º) que só aguentou fisicamente os dois sets iniciais, antes de os winners desaparecerem e ficarem só os erros, 58 no total, contribuindo para a vitória do belga, por 5-7, 7-6 (7/4), 6-2 e 6-2.

Dimitrov (15.º) terminou com o excelente torneio o uzbeque Denis Istomin (119.º), vencedor de Novak Djokovic na segunda ronda. Nesta segunda-feira, Istomin não teve energias para contrariar o búlgaro que venceu, por 2-6, 7-6 (7/2), 6-2 e 6-1.

No torneio feminino continua o ressurgimento de Mirjana Lucic-Baroni (79.ª). Quase 18 depois de ter sido semifinalista em Wimbledon, a croata de 34 anos volta a uma fase tão adiantada de um Grand Slam, ao vencer a última sobrevivente do qualifying, Jennifer Brady (116.ª), por 6-4, 6-2, em 70 minutos.

A campeã de pares do Open da Austrália, em 1999, ao lado de Martina Hingis, vai agora defrontar Karolina Pliskova (5.ª), finalista no último Open dos EUA. No outro "quarto", a favorita é Serena Williams que continua sem ceder um set. A número dois mundial eliminou Barbora Strycova (16.ª), por 7-5, 6-4, e vai agora defrontar a britânica Johanna Konta (9.ª), semifinalista aqui em 2016.

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