Treino específico leva Nadal aos "quartos"
Treinador Carlos Moya na base da confiança do tenista espanhol no Open da Austrália.
Foi quase há dois anos que Rafael Nadal jogou pela última vez nos quartos-de-final de um torneio do Grand Slam. No Open da Austrália, o campeão espanhol vai reviver esses dias, ao eliminar Gael Monfils, pondo igualmente fim a uma série de quatro derrotas diante de "top-10" nos majors. Os treinos específicos, introduzidos por Carlos Moya, recrutado recentemente para a equipa técnica, começam a fazer efeito. E a possibilidade de uma final de um Grand Slam entre Nadal e Roger Federer, que não acontece desde 2011, vai aumentando.
“Para mim, significa muito porque começo a época a disputar outra vez os quartos-de-final de um Grand Slam, ainda para mais, em hardcourt”, reconheceu Nadal, após derrotar Monfils (6.º ATP), por 6-3, 6-3, 4-6 e 6-4. “Carlos trouxe novos exercícios. Desde que ele chegou, temos menos mais coisas específicas”, revelou o detentor de 14 títulos do Grand Slam.
Monfils mostrou os seus progressos que o levaram ao seu melhor ranking e teve a capacidade de reagir no terceiro set, que terminou em grande estilo, servindo a 224km/h. O francês continuou a dominar no quarto set, que liderou por 4-2, elevando o número de winners (52 no total).
Não há números sobre a força mental, mas foi aí que Nadal mais uma vez mostrou a sua qualidade de competidor, reagindo com um break para 4-4, confirmado de seguida com um jogo em branco. Monfils acusou o momento, entregando o encontro com três erros de direita, um de esquerda e uma dupla-falta – e terminando com 64 erros não forçados, mais do dobro dos do espanhol.
Nos quartos-de-final, Nadal vai encontrar o mais cotado tenista ainda presente no quadro, Milos Raonic (3.º), que o derrotou há duas semanas. “Preciso de estar muito focado no meu serviço e ser agressivo. Senão, estou ‘morto’, porque ele tem um jogo agressivo. Em Brisbane, venceu-me, mas também é verdade que estive perto de ganhar”, frisou Nadal. Em Melbourne, Raonic apoiou-se em 33 ases para ultrapassar o espanhol Roberto Bautista Agut (13.º), por 7-6 (10/8), 3-6, 6-4 e 6-1.
No outro “quarto” vão estar David Goffin e Grigor Dimitrov. Goffin (11.º) ultrapassou o amigo Dominic Thiem (8.º) que só aguentou fisicamente os dois sets iniciais, antes de os winners desaparecerem e ficarem só os erros, 58 no total, contribuindo para a vitória do belga, por 5-7, 7-6 (7/4), 6-2 e 6-2.
Dimitrov (15.º) terminou com o excelente torneio o uzbeque Denis Istomin (119.º), vencedor de Novak Djokovic na segunda ronda. Nesta segunda-feira, Istomin não teve energias para contrariar o búlgaro que venceu, por 2-6, 7-6 (7/2), 6-2 e 6-1.
No torneio feminino continua o ressurgimento de Mirjana Lucic-Baroni (79.ª). Quase 18 depois de ter sido semifinalista em Wimbledon, a croata de 34 anos volta a uma fase tão adiantada de um Grand Slam, ao vencer a última sobrevivente do qualifying, Jennifer Brady (116.ª), por 6-4, 6-2, em 70 minutos.
A campeã de pares do Open da Austrália, em 1999, ao lado de Martina Hingis, vai agora defrontar Karolina Pliskova (5.ª), finalista no último Open dos EUA. No outro "quarto", a favorita é Serena Williams que continua sem ceder um set. A número dois mundial eliminou Barbora Strycova (16.ª), por 7-5, 6-4, e vai agora defrontar a britânica Johanna Konta (9.ª), semifinalista aqui em 2016.