O Estádio da Luz será palco no próximo domingo de um dos jogos mais escaldantes da temporada. Tudo porque em apenas três jornadas tudo mudou no campeonato. Um empate e uma derrota consecutivas do Benfica desbarataram uma vantagem de sete pontos dos “encarnados” sobre o rival Sporting, que neste sábado bateu, em casa, o Vitória de Setúbal, por 2-0. Um resultado que deixa a liderança da classificação ao alcance do conjunto de Jorge Jesus, caso vença o derby lisboeta.

Em dia de homenagem ao Chapecoense, o Estádio José Alvalade assistiu a um acontecimento no mínimo incomum. Nos dois bancos, sentaram-se os grandes protagonistas das últimas eleições no Sporting. Ao lado de Jorge Jesus, o actual presidente Bruno de Carvalho, com José Couceiro, candidato derrotado, em Março de 2013, na zona dos visitantes.

E o agora treinador dos sadinos tem sido um bom aliado do seu antigo opositor. Já conseguiu roubar pontos esta temporada aos principais adversários dos “leões”, impondo empates ao Benfica, na Luz (1-1), e FC Porto, no Bonfim (0-0). Mas as boas exibições e resultados do Vitória nestas partidas com os “grandes” não tiveram seguimento em Alvalade.

Muito por mérito do Sporting, que entrou no encontro determinado em aproveitar o desaire do comandante da classificação, na véspera, na Madeira, frente ao Marítimo (2-1), mas também pela atitude pouco arrojada dos sadinos, que criaram uma única oportunidade de golo em todo o encontro, aos 61’, quando já estavam a perder por duas bolas.

A primeira parte da partida foi, assim, de sentido único. Com uma boa dinâmica atacante, muita circulação de bola e nota artística, os homens da casa estiveram muito perto de inaugurar o marcador 22 segundos após o apito inicial (Varela impediu com o pé o golo a Bas Dost). Mas bastaram mais seis minutos para a primeira explosão de alegria nas bancadas. Na sequência de um canto, um cruzamento de Gelson foi direitinho à cabeça de William Carvalho e daí para a baliza.

Começava o show Gelson, que já havia estado no tal lance madrugador de Bas Dost. A nova coqueluche da formação “leonina” estaria em praticamente todos os lances capitais do jogo. Aos 36’, sofreu uma falta junto à linha final, no lado direito, que Bruno César transformou no segundo golo da equipa da casa, de forma exemplar e surpreendente, com um remate em arco ao ângulo superior direito da baliza de Varela.

Ao intervalo, perante o caudal ofensivo sportinguista e as oportunidades falhadas junto da baliza sadina, o resultado era lisonjeiro para os visitantes. Sem capacidade de sair para o contra-ataque, o Vitória só deu alguma profundidade ao seu jogo em algumas fases do segundo tempo. Em termos práticos, tudo espremido, o melhor dos setubalenses em termos ofensivos resumiu-se a um cabeceamento de Vasco Costa, que Rui Patrício defendeu com perícia, na sua única verdadeira intervenção na partida.

Antes, os “leões” já tinham visto o terceiro golo anulado, o segundo no encontro, num cabeceamento de Coates, aos 54’, que o árbitro considerou precedido de falta. O mesmo já tinha acontecido a Bas Dost, aos 33’, este um pouco mais evidente.

Com mais ou menos golos, o triunfo do Sporting não mereceu contestação e agora todas as baterias do “leão” estão já apontadas ao Estádio da Luz, ainda que antes esteja programada uma viagem à Polónia, para defrontar o Legia, no último jogo da fase de grupos da Champions, onde decide o apuramento para a Liga Europa, na próxima quarta-feira.