Numa grande noite de Rui Patrício, o Sporting quase sonhou

Guarda-redes foi o mais brilhante dos “leões”, que acabaram batidos pelo Chelsea e viram chegar ao fim uma série de 16 jogos seguidos sem perder em Alvalade, nas provas europeias.

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Rui Patrício fez uma grande exibição frente ao Chelsea Rafael Marchate/Reuters

O regresso da Liga dos Campeões ao Estádio José Alvalade, mais de cinco anos depois, correu bem para Rui Patrício, sem dúvida o melhor do Sporting. Mas acabou em desilusão para a equipa “leonina”, batida pelo Chelsea (0-1). Num jogo em que entrou mal, o conjunto orientado por Marco Silva fez uma primeira parte fraca, mas no segundo tempo os “leões” conseguiram deixar uma melhor imagem. Ainda assim, a superioridade dos “blues” nunca esteve em questão. E no final os adeptos renderam homenagem ao guarda-redes, em reconhecimento de que, se não fosse ele, o resultado teria sido muito diferente.

Este foi apenas o 10.º jogo da carreira de Rui Patrício na Liga dos Campeões, mas tão cedo o guarda-redes internacional português não esquecerá a noite em que defrontou o Chelsea. O guardião foi sendo posto à prova regularmente durante a partida e brilhou numa mão-cheia de ocasiões, sendo apenas batido num lance de bola parada em que foram os defesas a falhar, deixando um adversário cabecear à vontade. A magnitude da exibição de Rui Patrício não escapou a ninguém, a tal ponto que, mal o árbitro espanhol apitou para o final da partida, José Mourinho atravessou o relvado para cumprimentar o guarda-redes.

Chegou, assim, ao fim uma série de 16 encontros consecutivos sem perder em casa, nas competições europeias. Marco Silva só pode lamentar que o resto da equipa não tenha estado ao nível de Rui Patrício. O técnico “leonino” não fez qualquer alteração no “onze”, optando por repetir a equipa que tinha entrado em campo frente ao FC Porto.

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Mas a postura dos “leões” no primeiro tempo diante do Chelsea não teve sequer metade da intensidade demonstrada na primeira parte contra os “dragões”: houve muita gente que não conseguiu esconder o nervosismo e acumularam-se os passes errados e as perdas de bola, numa exibição sem comparação com a de sexta-feira.

Claro que Sporting e Chelsea não pertencem ao mesmo universo futebolístico, seja a nível de orçamento ou de qualidade do plantel. O “onze” que alinhou de início somava 76 partidas na Champions, das quais 56 pertenciam ao currículo de Nani. E, a defrontar jogadores que estão acostumados a ver na televisão, houve “leões” que deixaram os nervos levar a melhor. Foi o caso de Jonathan Silva, estreante na principal competição europeia de clubes, ou Naby Sarr, sempre pouco tranquilo. E foi pelo lado esquerdo da defesa “leonina” que surgiram as primeiras situações de apuro: Oscar lançou Diego Costa, que surgiu isolado mas viu o remate ser desviado por Rui Patrício logo aos dois minutos. O português voltou a brilhar quando travou o ensaio de Schürrle (15’), que voltaria a perder para Rui Patrício (21’ e 22’).

Só que, por muito que o internacional português tivesse feito, o golo acabou por surgir. Num livre sobre o lado direito da defesa do Sporting, Fàbregas fez a bola sobrevoar a área “leonina” e encontrou Matic, que surgiu livre a cabecear para a vantagem do Chelsea (34’). Jonathan Silva deixou completamente à vontade o sérvio ex-Benfica, que nunca tinha marcado ao Sporting quando representava os “encarnados”.

O Sporting, que tinha ameaçado por Slimani aos 20’ — após cruzamento de Jonathan Silva, o argelino cabeceou para defesa de Courtois — não criaria perigo até ao intervalo. Mas, no segundo tempo, os “leões” subiram de produção e começaram a mostrar-se no ataque. Nani deu o mote com um remate de longe, que saiu ao lado (48’), mas seria aos 55’ que ficaria perto do golo: dentro da área, acertou na malha lateral da baliza do Chelsea. O Sporting ainda pode queixar-se de uma aparente grande penalidade que ficou por assinalar, quando Fàbregas derrubou André Carrillo (68’).

Com a subida de rendimento do Sporting, o trabalho para Rui Patrício diminuiu, mas esteve longe de acabar. E o guarda-redes português disse sempre presente, com excelentes defesas. Aos 55’, contrariou Oscar, que surgiu isolado. Depois foi ao limite da grande área para, com os pés, tirar a bola a Diego Costa (84’). E, já no período de compensação, reclamou a coroa de melhor da noite com uma soberba defesa a remate do egípcio Salah. O regresso de Alvalade à Liga dos Campeões acabou em desilusão, com a segunda derrota em dez jogos em casa frente a adversários ingleses. Mas foi sob aplausos que a equipa deixou o relvado — principalmente Rui Patrício

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