Os 11 de Vercauteren em Basileia não atacaram e não defenderam

Sporting perde na Suíça por 3-0, fica afastado dos 16-avos-de-final da Liga Europa e já não vai sair do último lugar do grupo

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Capel foi dos poucos que tentou alguma coisa no ataque do Sporting Fabrice Coffrini/AFP

A promessa de Franky Vercauteren antes do jogo do Sporting em Basileia era a de ter 11 jogadores a defender e 11 jogadores a atacar, incluindo nesta imagem até o guarda-redes. Visão demasiado optimista do treinador belga, como se provou ontem no St. Jakob-Park. Os 11 “leões” em campo atacaram pouco, defenderam mal e saíram de um campo onde nunca antes tinham sequer sofrido um golo com uma derrota por 3-0, que significa o adeus matemático aos 16 avos-de-final da Liga Europa, mesmo que ainda tenham mais uma jornada para cumprir neste Grupo G.

Pela primeira vez, o Sporting não vai passar da fase de grupos de uma competição em que foi semifinalista na temporada anterior, graças a uma campanha pouco menos que miserável (aconteça o que acontecer em Alvalade, frente ao Videoton, já não irá fugir ao último lugar do agrupamento), sem qualquer vitória e com três derrotas em cinco jogos e apenas dois pontos. Ontem, a vitória era o único resultado que interessava, tal como também interessava que o Genk ganhasse ao Videoton, na Hungria. Os belgas cumpriram a sua obrigação, o Sporting não.

No seu quarto jogo como treinador principal do Sporting, Vercauteren vai experimentando, tentando acertar um “onze” que nunca foi estabilizado pelos seus antecessores e em que só dois têm tido lugar cativo, Rui Patrício e Ricky van Wolfswinkel. De resto, todos os sectores sofrem alterações e o meio-campo é aquele menos estável. Ontem, Gelson Fernandes e Elias foram os mais defensivos e Pranjic tinha a função de jogar mais perto dos avançados.

O belga contava com a experiência e boa técnica do croata para conduzir o jogo ofensivo do Sporting, mas poucas vezes apareceu em terrenos adiantados e nunca abriu linhas de passe nas investidas de Capel e Labyad pelos flancos. Com isto, a primeira promessa de Vercauteren falhava: o Sporting não atacava. Depois, vieram os erros defensivos. E ao Basileia, orientado há pouco mais de um mês pelo antigo internacional suíço Murat Yakin, bastou esperar.

Rui Patrício foi adiando o que parecia inevitável, com duas excelentes defesas aos 8’ e aos 17’. Mas os suíços chegaram com naturalidade à vantagem, aos 23’. Um erro de Xandão que Schar aproveita da melhor maneira.

Só a perder é que o Sporting se aproximou da baliza do Basileia, numa jogada de contra-ataque em que Van Wolfswinkel não conseguiu bater o guardião Sommer. E na segunda parte, o Sporting voltou a estar perto do golo, com um potente remate de Elias, aos 50’, após jogada de Labyad.

A expulsão de Cabral, que levou o segundo amarelo após falta sobre Capel, aos 58’, parecia dar alguma esperança aos “leões” e a entrada de Carrillo tinha tudo para agitar o ataque sportinguista, mas o descalabro veio pouco depois. Aos 66’, Stocker aproveitou uma enorme confusão na defesa sportinguista para bater Rui Patrício pela segunda vez e, aos 70’, Degen faz o 3-0 numa jogada de contra-ataque em que não teve qualquer oposição.

Primeira derrota do Sporting com o Basileia e menos uma competição por que lutar. Elias disse tudo no final do jogo: “Fizemos a pior partida do ano.”     

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