Moscovo volta a chamar Sporting mas a rota mais sinuosa é do Belenenses

Para além do Lokomotiv, o sorteio da fase de grupos da Liga Europa colocou o Besiktas no caminho dos “leões”. O Sp. Braga terá no Marselha o adversário mais poderoso, enquanto no Restelo jogará a Fiorentina.

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Valery Hache/AFP

O que têm em comum os grupos F, I e J da presente edição da Liga Europa? Acolhem as três equipas portuguesas em prova e integram um estreante absoluto nesta fase da competição. Ditou o sorteio realizado nesta sexta-feira, no Mónaco, que o Sporting terá de regressar a Moscovo, que o Sp. Braga enfrentará um obstáculo muito duro em França e que o Belenenses defrontará um velho conhecido das provas nacionais, agora ao leme de um histórico italiano.

Os nove adversários dos representantes portugueses na fase de grupos são todos de diferentes geografias. E o Sporting é aquele que será obrigado a deslocações mais longas (os três destinos totalizam quase 10.000km), uma das quais fará a equipa regressar à cidade que esta semana ditou a sua eliminação da Liga dos Campeões. Desta vez, os “leões” medirão forças com o Lokomotiv Moscovo, actual terceiro classificado da Liga russa, a um ponto do Zenit. Um adversário que conta no palmarés com dois campeonatos (o último conquistado em 2004) e no plantel com dois médios familiares: o português Manuel Fernandes e o espanhol Alberto Zapater, que passou por Alvalade sem sucesso.

O Lokomotiv poderá não ser, porém, a pedra mais incómoda no sapato do Sporting no Grupo H. Isto porque o Besiktas também fará parte do calendário dos “leões” e a verdade é que os turcos se reforçaram com jogadores do calibre de Ricardo Quaresma e Mario Gómez (ainda que o avançado Cenk Tosun esteja a ser uma das figuras da equipa).

Mais acessível será, à partida, o Skenderbeu, o estreante do grupo nestas andanças. O campeão da Albânia mescla uma maioria de jogadores nacionais com dois brasileiros (o médio ofensivo Esquerdinha é o mais talentoso), dois nigerianos em início de carreira e o internacional búlgaro Ventsislav Hristov, um ponta-de-lança emprestado pelos croatas do Rijeka, mas que, a julgar pela amostra no play-off da Champions, não constituirá grande ameaça.

A Taça como trampolim
O papel de outsider, no Grupo F, cabe ao Slovan Liberec, 12.º classificado da última Liga checa que chega às provas da UEFA na qualidade de vencedor da Taça. Ainda assim, trata-se de um velho conhecido do Sporting de Braga, com o qual se cruzou na Taça UEFA 2006-07, também na fase grupos, num embate de boa memória para os minhotos, que venceram por 4-0.

Num plano não muito distante do dos checos está um outro debutante na fase de grupos da Liga Europa, o Groningen. Vencedor da Taça da Holanda, o emblema fundado em 1971 já teve uma experiência europeia com uma equipa minhota (o V. Guimarães, que ganhou a eliminatória em 1986-87), mas tem um plantel ainda bastante jovem e sem grandes estrelas. Um dos jogadores com maior qualidade é o médio sueco Simon Tibbling, que se sagrou este ano campeão europeu de Sub21, na final contra Portugal.

Sobra, ao Sp. Braga, o Marselha, indubitavelmente o mais temível dos rivais na luta pelo apuramento. O quarto classificado da Liga francesa 2014-15 perdeu peças importantes, como o médio Imbula, mas contrabalançou essas saídas com a contratação de Abou Diaby e Lucas Ocampos — e, acima de tudo, com os empréstimos de Lucas Silva, Rémy Cabella e Javier Manquillo. E já trocou de treinador nesta época: no lugar de Marcelo Bielsa está agora o espanhol Michel.

Desafio árduo para Sá Pinto
No Grupo I, o rótulo de estreante pertence ao Belenenses, que não foi especialmente feliz no sorteio. Depois de eliminarem o Altach (1-0 na Áustria e 0-0 no Restelo), os “azuis” viram sair-lhes ao caminho os campeões da Polónia e da Suíça, para além da renovada Fiorentina, agora orientada por Paulo Sousa, antigo colega de selecção de Ricardo Sá Pinto.

É verdade que o Basileia, adversário do FC Porto na Liga dos Campeões na época passada, está em fase de mutação e que a eliminação no play-off da Champions às mãos do Maccabi Telavive foi surpreendente. Mas também é um facto que os suíços, que perderam Derlis González, se reforçaram com algumas peças interessantes, como o médio Zdravko Kuzmanovic (ex-Inter) e o extremo islandês Birkir Bjarnasson.

Menos trunfos aparenta ter o Lech Poznan, que está a fazer um início de época desastroso: ao fim de seis jornadas, é 14.º e antepenúltimo classificado no campeonato. Sem figuras de relevo no plantel, apesar da rodagem europeia (84 jogos), promete ser o adversário mais acessível para um Belenenses que entrou com o pé direito nesta temporada.

O caso mais bicudo, no grupo, para os lisboetas será inequivocamente a Fiorentina, vencedora da Taça UEFA em 1960-61. Os italianos perderam o central Stefan Savic (regressou de empréstimo Roncaglia, que tem sido opção de Paulo Sousa), mas mantêm um plantel de enorme qualidade, ao qual acrescentaram recentemente o avançado croata Nikola Kalinic.

O tiro de partida para a edição 2015-16 da Liga Europa será dado no dia 17 de Setembro, com a fase de grupos a fechar a 10 de Dezembro.

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