Quando Bruno de Carvalho estava ainda na versão sem filtro, a derrota do Sporting em Guimarães na primeira volta levou o presidente “leonino” a um desabafo/crítica no Facebook que provocou ondas de choque e conduziu a uma crise interna. Entretanto, o líder sportinguista passou a ser mais comedido nas redes sociais, mas, se publicasse alguma coisa após o reencontro com a formação minhota, teria de ser forçosamente um enorme elogio. Numa das suas melhores exibições da época, o Sporting venceu o Vitória por 4-1, ganhou outra tranquilidade no terceiro lugar e até se aproximou dos dois da frente.

Esta 26.ª jornada acabou por ser totalmente favorável aos “leões”, não só pelo empate do Sporting de Braga em casa com a Académica, mas também pela derrota do Benfica em Vila do Conde e pelo empate do FC Porto na Madeira — foi o único dos cinco primeiros a vencer. Se o objectivo título continua relativamente distante — o Benfica ainda está a nove pontos —, o segundo lugar já parece mais acessível — o FC Porto ficou a seis —, e o terceiro parece quase garantido — os bracarenses já estão a nove. Com oito jornadas para o fim do campeonato, e 24 pontos em disputa, alguns objectivos serão mais concretizáveis do que outros, mas nenhum deles está perdido. Já a formação vimaranense continua a sua queda e a mostrar-se bem distante da boa forma da primeira volta. Foi a sua quinta derrota nos últimos sete jogos e começa a ficar em perigo o quinto lugar, podendo perder parte da sua vantagem de quatro pontos, dependendo do que o Paços de Ferreira fizer na segunda-feira, no Estádio do Bonfim.

O Vitória até nem entrou mal no jogo, manobrando bem e chegando algumas vezes com perigo à baliza de Rui Patrício, mas foi um período curto e inconsequente. E, ao contrário do que tem acontecido tantas vezes na época, o Sporting foi muito eficaz. Na primeira vez que chegou com perigo à baliza de Douglas, marcou. Aos 14’, Miguel Lopes ganha uma bola perto da área vimaranense, mete em Carrillo e o peruano faz o cruzamento para a concretização fácil de João Mário, de cabeça.

A formação orientada por Rui Vitória, depois de uma boa entrada em campo, não conseguiu reagir à vantagem “leonina” e pouco incomodou Rui Patrício. O 2-0 aconteceu com naturalidade aos 34’. Miguel Lopes faz um remate que bate na barra da baliza vimaranense, Douglas defende um segundo remate de Nani e, à terceira tentativa, também de Nani, a bola bate no braço de Josué. O árbitro Jorge Sousa assinalou penálti, que Adrien Silva converteu.

Antes do intervalo, o Sporting voltou a marcar. Miguel Lopes fez o cruzamento para a área e Slimani cabeceou para o fundo das redes minhotas. Depois de uma entrada sonolenta, a equipa de Marco Silva terminava a primeira parte em alta, a justificar plenamente o resultado expressivo e até ficava a dever a si própria mais uns golos.

Na segunda parte, o Vitória entrou disposto a fazer alguma coisa no jogo, mas, tal como acontecera nos primeiros minutos, sem grandes resultados práticos. Esteve perto de reduzir aos 48’, mas Rui Patrício conseguiu tirar a bola dos pés de Tomané, e aos 60’, o guardião do Sporting volta a negar o golo, desta vez a Gui. Depois do ascendente vitoriano, o Sporting voltou a marcar aos 75’. Nii Plange, ex-jogador “leonino”, fez falta sobre Carlos Mané na área vimaranense e, na conversão do segundo penálti do jogo, Nani não tremeu.

O Vitória ainda conseguiu reduzir. Aos 82’, Paulo Oliveira vê o segundo cartão amarelo e consequente vermelho, por falta à entrada da área “leonina”. Na sequência do livre, Kanu aparece isolado na área e cabeceia com sucesso, batendo Rui Patrício pela única vez. A última dezena de minutos foi o melhor período do Vitória no jogo, mas foi pouco e demasiado tarde para recuperar de um resultado tão pesado e alterar o rumo de um jogo que foi quase sempre de sentido único.

Depois de já ter vencido nesta jornada em outros campos, o Sporting ganhou no seu estádio frente a um adversário que foi muito incómodo na primeira volta e olha de novo para cima com alguma esperança.