Sporting ameaça utilizar juniores e juvenis na Taça da Liga 2014-15

"Leões" entendem que houve "conduta dolosa" da parte do FC Porto e reclamam acesso às meias-finais da prova.

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Bruno de Carvalho volta a apresentar-se a votos para o Sporting Enric Vives-Rubio

“Caso o Sporting fique impedido de disputar as meias-finais da Taça da Liga, a partir da próxima época, e não sendo possível a não participação na prova, serão incluídos na ficha de jogo somente os jogadores afectos à equipa principal exigíveis regulamentarmente, sendo os restantes oriundos dos seus escalões de juniores e juvenis”. É com esta ameaça que a direcção dos “leões” termina um comunicado divulgado na noite desta segunda-feira, a respeito da polémica 3.ª jornada da fase de grupos da competição, que terminou com o apuramento do FC Porto para a próxima eliminatória.

Em causa, recorde-se, está uma discrepância no horário de início dos jogos. Enquanto no Estádio do Penafiel, um dos encontros (o do Sporting) que decidiam a qualificação começou à hora prevista (20h45), no Estádio do Dragão, o FC Porto-Marítimo arrancou três minutos mais tarde. “O Marítimo cumpriu com o que está estipulado nas regras, apresentando-se a tempo e horas no túnel”, referiu uma fonte dos madeirenses à agência Lusa, considerando que cabe à Liga “averiguar o que se passou”.

Na véspera, já uma fonte da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) avançara que os insulares chegaram ao campo “à hora combinada”. “Os delegados foram buscar a equipa que estava atrasada e esse atraso pode configurar uma de duas situações: ou se trata de um atraso sem dolo ou houve intenção deliberada”, vincou.

A diferença entre o primeiro e o segundo cenários será a aplicação de uma derrota, caso se comprove ter havido dolo, ou de uma multa. E é neste ponto, o da produção de prova, que o caso se complica. Cunha Leal, antigo director-executivo da Liga, afirmou à Rádio Renascença que o desfasamento “levanta suspeitas”. No entanto, acredita que deste incidente “não decorrerá qualquer sanção”. “Parece-me difícil comprovar que houve intencionalidade”, afirma.

Um ponto de vista partilhado por José Manuel Meirim. “Aqui assumem particular importância os relatórios do delegado do jogo e do árbitro. Se esses relatórios nada apontarem de significativo que permita aos órgãos próprios verificar que houve uma intenção dolosa de prejudicar terceiros, aqui ficar-se-á pela aplicação de uma mera multa”, explica o especialista em Direito Desportivo.

Visão distinta tem o Sporting, que entende ter havido “conduta dolosa” do FC Porto e que deve ser “reconhecido como a equipa vencedora do Grupo B da Taça da Liga”. "Tendo o Sporting, na reunião preparatória do jogo, sido alertado pelo Delegado da Liga, para a absoluta necessidade do mesmo ter início à hora marcada, por se tratar de um jogo decisivo para o apuramento para as meias-finais da Taça da Liga, partimos do princípio que tal procedimento também foi adoptado no jogo que envolveu as equipas do FC Porto e do Marítimo", justificam os "leões". 
 

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