A estreia do Sp. Braga na final da Taça da Liga acabou em festa

Quase 50 anos depois da conquista da Taça de Portugal, os minhotos bateram o FC Porto no jogo decisivo e voltaram a arrecadar um troféu. Os “dragões” sucumbiram outra vez na recta final.

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Alan festeja o golo REUTERS/Rafael Marchante
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Micael e Abdoullaye Miguel Riopa/AFP
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A taça nas mãos bracarenses Miguel Riopa/AFP
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Jackson lamenta a oportunidade falhada REUTERS/Rafael Marchante
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A tristeza de Otamendi e Lucho Miguel Riopa/AFP
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Alan, o autor do golo REUTERS/Rafael Marchante

O primeiro troféu da carreira de José Peseiro. A segunda taça da história do Sp. Braga, depois do triunfo no Jamor, a 22 de Maio de 1966. A segunda final da Taça da Liga perdida pelo FC Porto, após a derrota em 2010, frente ao Benfica. É isto que significa a vitória deste sábado dos minhotos sobre o campeão nacional, por 1-0, em Coimbra, num jogo que uma expulsão no fim da primeira parte ajudou a desequilibrar.

Mesmo sem o saber, Vítor Pereira começou por mexer na história do jogo quando decidiu deixar Otamendi de fora em detrimento de Abdoulaye. O argentino não tinha sido feliz no jogo contra o Sp. Braga, no campeonato, mas a verdade é que o senegalês o foi ainda menos, frente ao mesmo adversário, para a Taça da Liga.

Aos 18’, Abdoulaye começou por se condicionar a si mesmo com uma entrada perigosa sobre Mossoró, que lhe valeu o cartão amarelo. A partir daí, cada arrancada do brasileiro na sua direcção transformava-se numa expulsão em potência. E ela aconteceu mesmo em cima do intervalo: o central chegou ligeiramente atrasado ao lance no interior da área, Mossoró, experiente, adiantou a bola e aproveitou o contacto para ganhar a falta. Grande penalidade, cartão vermelho, 1-0, cortesia de Alan.

O FC Porto, com mais bola (64% de posse contra 36) mas sem mais ideias, levava um soco no estômago na saída para o intervalo. Vítor Pereira era obrigado a mudar a abordagem e o discurso nas cabinas. Deixou Lucho (uma pálida imagem de si mesmo) no balneário e viu-se obrigado a lançar Otamendi.

Restabelecido o equilíbrio possível na organização, os “dragões” foram tentando empurrar o Sp. Braga para trás, procurando pisar os terrenos mais perto da área adversária. Em contrapartida, expunham-se à velocidade dos extremos minhotos, que só não fizeram mossa aos 62’ porque Fernando esticou um dos tentáculos e roubou um remate fácil a Mossoró.

Por esta altura, o jogo estava moldado à imagem do Sp. Braga, confortável no desenho das transições ofensivas rápidas. Aos 66’, um buraco no eixo da defesa deixou Alan na cara de Fabiano: o brasileiro desviou a bola, Ruben Micael surgiu para a emenda sem oposição, mas, já em cima da linha final, acertou no poste. Jackson, num lance individual em que tirou dois adversários do caminho, respondeu com um remate forte e perigoso. A seguir, foi a vez de Carlão atirar por cima já no interior da área.

Era a fase mais dinâmica do jogo, de anarquia táctica, de toca e foge. Quando o ritmo voltou a baixar, Vítor Pereira apostou na irreverência de Kelvin e na velocidade de Atsu, sacrificando o pulmão de Defour e a magia do futebol de James. Com estas substituições, o FC Porto ganhava velocidade mas perdia imprevisibilidade, capacidade de surpreender num lance invidividual.

No Sp. Braga, era também velocidade que José Peseiro procurava quando chamou João Pedro para o lugar de Ruben Micael e José Luís para a vaga de Carlão, muito esforçado mas pouco inspirado. Os minhotos, competentes a defender, espreitavam o contra-ataque por todas as nesgas e voltaram a estar perto do 2-0 aos 85’, quando Hugo Viana testou os reflexos de Fabiano.

Foi o 10.º remate do Sp. Braga no jogo, tantos quantos o campeão nacional somava a cinco minutos do fim. E não surgiu o 11.º no lance seguinte porque o guarda-redes que tem vivido na sombra de Helton durante toda a temporada foi tão rápido quanto eficaz a sair aos pés de João Pedro. Surgiria aos 90+2’, quando Zé Luís, isolado, não foi capaz de acertar na baliza.

O avançado baixou a cabeça, desolado, mas a tristeza durou apenas dois minutos. Começava então a festa bracarense, a da conquista da primeira Taça da Liga e do segundo troféu nacional do seu historial. 
 
 

Ficha de jogo

Jogo no Estádio Cidade de Coimbra.
Assistência: Cerca de 25.000 espectadores.


Sporting de Braga Quim, Baiano, Nuno Coelho, Aderllan Santos, Elderson, Custódio, Hugo Viana, Ruben Micael (João Pedro 74), Mossoró (Douglão, 90), Alan e Carlão (Zé Luís, 78). Treinador: José Peseiro.

FC Porto Fabiano, Danilo, Mangala, Abdoulaye, Alex Sandro, Fernando, Lucho (Otamendi, 46), João Moutinho, James (Atsu, 74), Defour (Kelvin, 61) e Jackson. Treinador: Vítor Pereira.

Árbitro João Capela (AF Lisboa).

Amarelos Abdoulaye (18 e 45), Elderson (36), Baiano (48), Mossoró (68), Custódio (80) e Quim (90).
Vermelho por acumulação de amarelos para Abdoulaye (45).

Golo
1-0, Alan, 45 + 2 minutos (grande penalidade).

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