Doze anos depois, os clubes portugueses voltaram a aprovar o sorteio dos árbitros nas competições profissionais de futebol em Portugal. Na Assembleia Geral da Liga de Clubes realizada nesta segunda-feira, em Santa Maria da Feira, os clubes validaram a proposta do Sporting, que contou com o apoio do FC Porto. O Benfica, que defendia a manutenção das nomeações, estranha que “leões” e “dragões” tenham “conseguido consensualizar uma proposta em apenas cinco minutos”.

A proposta conjunta de Sporting e FC Porto foi aprovada com 28 votos a favor e 16 contra, através de votação secreta. Curiosamente, em 2003, quando os clubes decidiram regressar às nomeações, a medida tinha sido aprovada com os votos contra de Sporting e FC Porto.

À saída do Centro de Congressos do Europarque, Paulo Gonçalves, que representou o Benfica na Assembleia Geral, disse que as “águias” não podiam “votar em consciência uma situação que não foi discutida nem ponderada por ninguém” e disse estranhar “que FC Porto e Sporting tenham conseguido consensualizar uma proposta em apenas cinco minutos”.

Único presidente dos três “grandes” presente, Pinto da Costa realçou a “margem considerável” de votos a favor do regresso do sorteio que, segundo o líder do FC Porto, será “condicionado”. “Queremos os melhores árbitros para os melhores jogos, por isso não podia ser de maneira diferente”, afirmou o dirigente “azul e branco”.

Pinto da Costa vincou que esta medida “não tem nada a ver com a capacidade dos árbitros” e que deve ser encarada como “uma não aceitação dos critérios das nomeações”.

A alteração terá ainda de ser aprovada pela Federação Portuguesa de Futebol, mas Pinto da Costa não acredita que o órgão liderado por Fernando Gomes rejeite o regresso do sorteio: “A federação está ao serviço dos clubes e se não aprovar, é incompreensível.”