O site oficial do torneio de Roland Garros fez uma pesquisa entre os jogadores do circuito masculino e descobriu que o mais poliglota é… João Sousa. O domínio de seis línguas (português, espanhol, catalão, inglês, francês e italiano) colocou-o no primeiro lugar desse ranking particular. No court, Sousa deixa a raqueta falar por si e nesta terça-feira voltou a vencer um encontro no quadro principal de Roland Garros, repetindo o feito de 2013. O tenista português aproveitou a boa fase que está a atravessar para ultrapassar o canadiano Vasek Pospisil, graças a mais uma exibição consistente e cheia de confiança.

“Não é fácil encarar o primeiro encontro de um torneio e ainda menos num Grand Slam. Estive a um bom nível e consegui fazer um bom encontro. Cheguei aqui com muita confiança e com muita vontade de fazer excelentes encontros”, disse Sousa (44.º), depois de vencer Pospisil (53.º), por 6-3, 7-6 (7/5) e 6-1. O número um português serviu muito bem, mas foi noutro capítulo que fez a diferença: “Respondi muito bem durante quase todo o encontro estando várias vezes na frente”.

Na quinta-feira, Sousa reencontra Andy Murray, com quem já jogou em cinco ocasiões, tendo perdido todos os 12 sets disputados. “Defrontar o Murray é sempre complicado. Será o nosso primeiro encontro, um contra o outro, em terra batida. Espero que isso seja suficiente para alterar a diferença de forças. Ele vem com uma série vitoriosa em terra batida e está com confiança. Espero poder jogar ao mesmo nível a que tenho vindo a jogar nos últimos dias”, frisou.

Hoje, Sousa e o brasileiro Thomas Bellucci, que o derrotou na final de Genebra, vão estrear-se nos pares, defrontando a 11.ª dupla mais cotada, formada pelo irmão de Andy, Jamie Murray, e o australiano John Peers.

Nesta terça-feira, foi também o dia de estreia dos dois principais favoritos. Novak Djokovic somou o 23.º encontro consecutivo a vencer, ao eliminar o finlandês Jarkko Nieminen (87.º), por 6-2, 7-5 e 6-2, e no final, ainda no court Philippe Chatrier, respondeu a umas perguntas em francês, como agradecimento pelo apoio que tem recebido do público em Paris.

“Um dos momentos mais simpáticos que vivi foi na cerimónia de entrega de prémios do ano passado, quando perdi com Nadal. Recebi um aplauso que soou como: ‘Respeitamos o seu esforço e queremos que venha no próximo ano e tente ganhar’. Isso tocou-me”, explicou Djokovic, que só hoje conhecerá o próximo adversário, pois o encontro entre Gilles Muller e Paolo Lorenzi foi adiado por falta de visibilidade.

Rafael Nadal apadrinhou a estreia de Quentin Halys (296.º) em torneios do Grand Slam e teve de lidar com a impetuosidade do francês de 18 anos, para vencer, por 6-3, 6-3 e 6-4. Longe do seu melhor, Nadal jogou o suficiente para ganhar e beneficiou dos 52 erros não forçados de Halys.

“Quando disputámos pontos normais, penso que joguei bem e a minha direita funcionou”, resumiu Nadal, antes de referir-se ao momento menos bom de forma, que o fez chegar a Roland Garros, pela primeira vez, sem títulos na terra batida europeia. “Sofro de uma falta de estabilidade nas pancadas. Estou aqui para jogar bom ténis e ter oportunidade de competir por tudo”, frisou o espanhol. Amanhã, defronta o compatriota Nicolas Almagro (154.º).

Menos favorito mas igualmente na metade superior do quadro, David Ferrer (8.º) alcançou a 300.ª vitória em terra batida — só Nadal tem mais entre os jogadores no activo — ao bater o eslovaco Lukas Lacko (94.º), por 6-1, 6-3 e 6-1.

No torneio feminino, assistiu-se à primeira eliminação de uma top 10. Eugenie Bouchard, semifinalista em 2014, somou a oitava derrota em nove encontros, diante da francesa Kristina Mladenovic, com um duplo 6-4.

Já a número um Serena Williams venceu, por 6-2, 6-3, a checa Andrea Hlavackova (191.ª) e juntou-se na segunda ronda a Petra Kvitova (4.ª), que eliminou a neo-zelandesa Marina Erakovic (82.ª), por 6-4, 3-6 e 6-4.