Lopetegui colocou as fichas todas na roleta e acabou como bestial

Com apenas dois habituais titulares na equipa inicial, o FC Porto derrotou a Académica, por 1-0

Foto
Francisco Leong/AFP

Na última quarta-feira, estavam ainda os adeptos do Bayern Munique a tentar perceber o que lhes tinha acontecido no Dragão, já Julen Lopetegui mostrava descontentamento por ter que defrontar neste sábado a Académica, revelando que havia acordo entre clubes para adiar a partida da jornada 29. Sem direito a pausa antes de duas deslocações nas quais o FC Porto joga praticamente toda a época (Bayern e Benfica), o basco não fez por menos: numa opção de alto risco, deu folga a praticamente todos os titulares. Com a ajuda do talento de Hernâni, a audácia do treinador do FC Porto foi recompensada e os “dragões” saíram do duelo com a Académica (1-0) frescos para Munique e a dependerem apenas de si para serem campeões.

Nos primeiros meses da temporada 2014-15, prever o “onze” do FC Porto era tão difícil como escolher um bom melão, mas, após alguns deslizes, Lopetegui encontrou o seu núcleo duro e, com um ou outro retoque devido a uma lesão ou castigo, as escolhas do espanhol passaram a ser fáceis de enumerar. No entanto, três dias depois de surpreender o Bayern e três dias antes de ir a Munique tentar confirmar um apuramento na Liga dos Campeões em que muito poucos acreditariam há uma semana, Lopetegui colocou as fichas todas na roleta, revolucionou o “onze” portista e arriscou jogar sem os titulares frente à Académica. A opção já tinha, por exemplo, custado pontos na recepção ao Boavista, mas desta vez a aposta do basco revelou-se bestial.

Com três defesas laterais no “onze” (Ricardo, José Angel e Alex Sandro), Lopetegui colocou o internacional brasileiro a central (Fabiano foi o outro titular contra o Bayern que surgiu na equipa titular) e apostou num ataque com Quintero, Aboubakar e Hernâni. Se o colombiano voltou a mostrar pouco, o ex-vimaranense voltou a contrariar a ideia de que no mercado de Inverno não se encontram bons reforços. Hernâni foi a principal dor de cabeça para a defesa da Académica e, aos 12’, aproveitou uma displicência de Esgaio para fazer o único golo do jogo: o defesa emprestado pelo Sporting falhou o corte, abriu uma auto-estrada e Hernâni, à segunda, bateu Cristiano.

Com tantas mexidas no “onze”, um golo cedo era o jackpot para Lopetegui, mas o FC Porto, apesar de ser sempre a equipa mais perigosa, não foi aproveitando as oportunidades, manteve os “estudantes” na discussão do resultado e os adeptos portistas apanharam alguns sustos. Todavia, a Académica reprovou sempre na hora finalização (Rafael Lopes e Iago falharam duas excelentes ocasiões) e permitiu que a audácia de Lopetegui fosse um sucesso: na terça-feira, o FC Porto estará com as baterias no máximo na Alemanha.     

Sugerir correcção
Comentar