SAD do Sporting aprova queixa contra Godinho Lopes em AG

Relatório e contas do exercício 2013-14 recebeu luz verde.

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Pedem-se explicações a Godinho Lopes Daniel Rocha

A Assembleia Geral da SAD do Sporting aprovou nesta quarta-feira a execução de acções de responsabilidade civil contra a antiga administração, incluindo o ex-presidente Godinho Lopes, pela concretização de negócios prejudiciais para a sociedade.

Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a SAD “leonina” informa que foram aprovadas as três propostas de acções judiciais, visando Godinho Lopes, Luís Duque, José Filipe Nobre Guedes e Carlos Freitas, que a actual direcção acusa de violarem “culposamente os deveres de diligência e cuidado a que estavam obrigados”, causando prejuízos à sociedade.

As propostas foram aprovadas por larga maioria na reunião magna, que se realizou no Estádio José Alvalade, em Lisboa, e na qual esteve presente Luís Duque.

Em causa está a contratação do hispano-venezuelano Jeffren e os contratos assinados com o russo Izmailov e o peruano Rodríguez. A actual administração da SAD considera que na aquisição de Jeffren ao Barcelona, em 2011, os antigos administradores ignoraram o alerta dado pelo departamento médico “leonino” da altura, para que o acordo fosse alcançado apenas depois de o jogador ser “sujeito a rigorosos exames”. “Os administradores em questão violaram culposamente os deveres de diligência e cuidado a que estavam obrigados e, em consequência, causaram à Sporting SAD um prejuízo, cujo montante irá ser concretizado pelos serviços jurídicos competentes para o efeito”, lê-se no documento.

Já no caso de Izmailov, a renovação de contrato com o jogador russo resultou num “aumento exponencial dos custos” da SAD “leonina” e, por isso, foi uma “carecida de racionalidade empresarial”. “O jogador ainda tinha mais dois anos de contrato em vigor, o jogador tinha sido objecto de diversos processos disciplinares, o atleta tinha problemas físicos recorrentes e o rendimento desportivo do jogador desaconselhava a renovação”, defende a administração liderada por Bruno de Carvalho.

Para a administração da SAD do Sporting, a contratação do defesa central Rodríguez também foi desvantajosa, já que os antigos responsáveis (neste caso Carlos Freitas está excluído) voltaram a ignorar o parecer do departamento médico, que “alertou para as evidentes fragilidades físicas do jogador, quer no que concerne à probabilidade de instalação de uma pubalgia (o que obriga a intervenção cirúrgica), quer no que diz respeito ao seu perfil lesional recorrente”.

Relatório e contas aprovado
Os accionistas da SAD do Sporting também deram luz verde ao relatório e contas do exercício da temporada 2013-14, que apresentou um resultado líquido positivo de 368 mil euros. O documento aprovado salienta que a melhoria registada face a 2012-13 – resultado negativo de 43,816 milhões euros – deve-se, sobretudo, à “implementação de uma forte política de redução de custos na Sporting SAD, decorrente do programa da reestruturação financeira e operacional em vigor”.

Estas medidas permitiram “uma diminuição dos gastos operacionais em cerca de 36 milhões de euros e dos gastos financeiros em cerca de três milhões de euros face ao exercício anterior”. Os “leões” salientam ainda “o aumento dos rendimentos operacionais em cerca de cinco milhões de euros face ao exercício anterior, apesar de nesta época desportiva o Sporting não ter participado nas competições europeias”.

Houve igualmente um resultado positivo de 10,8 milhões de euros – aumento de 13,3 milhões – nas operações relacionadas com o plantel, “por via da redução de gastos com amortizações e imparidades e pelo aumento dos ganhos na alienação de passes de jogadores”. Apesar de tudo, o total do passivo do Sporting aumentou de 258,873 milhões de euros em 2012-13 para 264,782 em 2013-14.

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