Rui Sousa sai “indignado” da Efapel-Glassdrive

O terceiro classificado da Volta a Portugal mostra-se desiludido com o director desportivo: "Percebi que a besta, afinal, sou eu".

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Rui Sousa, terceiro classificado da Volta a Portugal, assumiu estar “indignado” com Carlos Pereira, director desportivo da Efapel-Glassdrive, equipa da qual, “de certeza absoluta”, deixará de ser ciclista no final da época.

“Tivemos uma reunião no final da etapa e ficou clarificado que, de certeza absoluta, não seria corredor da Efapel-Glassdrive na próxima temporada”, começou por dizer à agência Lusa, garantindo que sai da equipa por vontade própria e que está livre para assinar por qualquer formação.

Rui Sousa confessou-se “indignado” com as declarações que leu nos jornais, nomeadamente as do director desportivo Carlos Pereira, que recordou que o espanhol Arkaitz Duran trabalhou para o terceiro classificado na Torre e que foi este que não conseguiu corresponder.

“Percebi que a besta, afinal, sou eu. Não é ler que a culpa é dele (Carlos Pereira), que está satisfeito com o desempenho de todos os ciclistas e depois, na reunião, ouvir que fui eu o culpado, porque não consegui fazer a diferença”, contou.

O ciclista de Barroselas defendeu que Carlos Pereira criou “um monstro”, ao nunca assumir quem seria o líder da equipa e que, durante a Volta a Portugal, não o conseguiu dominar.

“A equipa andava desunida há muito, muito tempo. Andámos a tapar o sol com a peneira. Não ia dizer que tinha equipa quando não tinha”, prosseguiu, indicando que teria “muitas coisas para dizer e de muito baixo nível”, mas que, por agora, prefere não as revelar.

O corredor, de 37 anos, assegurou que não é como outros ciclistas da Efapel-Glassdrive, que só olham para o seu próprio umbigo, mas recusou identificá-los.

Rui Sousa assegurou que o problema foi que ninguém confiava nele para o contra-relógio e não se escusou a comentar os problemas com o seu colega de equipa Hernâni Broco.

“É muito simples: as pessoas viram que Hernâni ia lá (na subida à Torre). Não devia ser eu a trabalhar para mim, pelo menos devíamos ter trabalhado os dois. Ele foi sempre a poupar-se à espera do contra-relógio”, frisou, referindo-se à não colaboração do colega na subida que decidiu a classificação geral.

O terceiro classificado das últimas duas edições da Volta a Portugal acredita que o seu futuro passará por outra equipa, até porque quer correr mais um ano, mas que não terá problemas em abandonar a modalidade se ninguém o quiser contratar.

“Não é pelo que ganho no ciclismo que vou passar dificuldades. Tenho mãos e posso trabalhar em qualquer outro lado”, concluiu o também candidato à junta de freguesia de Barroselas, revelando que ainda está convocado para correr em Alcobaça, na terça-feira, com as cores da Efapel-Glassdrive.

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