Ano da Suíça decretado com a assinatura de Roger Federer

Suíços fazem história ao conquistar primeiro título na Taça Davis, enquanto os franceses adiaram pela terceira vez novo triunfo.

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A equipa suíça com a "saladeira" nas mãos pela primeira vez PHILIPPE HUGUEN/AFP

Stan Wawrinka já o tinha projectado, em Janeiro, ao conquistar o Open da Austrália, mas faltava a rubrica de Roger Federer para oficializar o Ano da Suíça: o número dois do ranking assinou uma exibição de grande nível para derrotar Richard Gasquet na final da Taça Davis e dar o terceiro ponto aos suíços, que assim conquistaram o primeiro título na centenária competição.

“Já tenho títulos suficientes na minha carreira, não preciso de preencher alguns buracos em aberto. No final, este foi mais para os rapazes; para o Seve e o Stan e a equipa e todos os envolvidos”, frisou Federer, de lágrimas nos olhos, reforçando o espírito de equipa por detrás desta conquista, na qual pontificaram igualmente o capitão Severin Luthi e Wawrinka, vencedor do primeiro singular, na sexta-feira, e parceiro de Roger no par vitorioso de sábado. “Não consigo mostrar o quanto estou agradecido ao Stan pelo empenho que ele colocou e por tudo o que fez durante este fim-de-semana”, acrescentou mais tarde.

No primeiro singular do derradeiro dia da final, Federer serviu a um nível excepcional, perdendo somente 14 pontos em 13 jogos de serviço e não enfrentando qualquer break-point. Gasquet jogou bem, mas nem o apoio inequívoco dos milhares de compatriotas presentes em Lille compensou a falta de argumentos.

Uma semana depois de ter desistido da jogar a final do Masters de Londres, devido a uma lesão nas costas, Federer mostrou-se livre de qualquer problema físico e exibiu um ténis agressivo com amorties, como o que lhe deu a vitória por 6-4, 6-2 e 6-2. E a concentração patenteada durante uma hora e 52 minutos deu lugar à emoção, partilhada por toda a selecção da Suíça.

Federer encerrou a época com 85 encontros disputados (72 ganhos e 13 perdidos) — máximo este ano no ATP World Tour —, cinco títulos e pelo 10.º ano consecutivo no “top-2”. O melhor suíço é também o 21.º jogador dos 25 que já ocuparam o primeiro lugar do ranking a triunfar na Taça Davis.

Para Wawrinka, 2014 foi inesquecível, pois conquistou um primeiro título do Grand Slam e a Taça Davis, um feito só alcançado por Rafael Nadal neste século — o último a conquistar o seu primeiro major e a Taça Davis no mesmo ano foi Andre Agassi, em 1992. Já a Suíça é o 14.º país a inscrever o nome na base da “saladeira” de prata, o emblemático troféu da competição criada em 1900.

Do outro lado, os franceses não conseguiram esconder a desilusão por perderem a terceira final na prova (após as de 2002 e 2010). “A quente, penso que fizemos tudo bem feito, tanto eu como os jogadores, mas a Suíça foi melhor que nós. O que nos falta são as vitórias regulares nos grandes torneios. Parece pouco mas também é muito”, frisou o capitão da França, Arnaud Clément.

Agora, seguem-se seis semanas de paragem no circuito profissional, até ao início da época de 2015.

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