Rio 2016: “Os dias de gastos extravagantes chegaram ao fim"

Organizadores dos Jogos Olímpicos do Brasil decidem fazer cortes de 30% para evitar ultrapassar o orçamento.

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Jogos Olímpicos e Paralímpicos sofrem cortes na ordem dos 30%. Kai Pfaffenbach/Reuters

Têm disponível um orçamento de cerca de 3,2 mil milhões de euros, mas, para evitarem chegar perto desse limite, ou até mesmo ultrapassá-lo, os organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 preparam cortes de 30%. À BBC, o director de comunicação da organização, Mario Andrada, diz que o público brasileiro não toleraria excessos e apela à criatividade: “Os dias de gastos extravagantes chegaram ao fim. Temos de ser criativos na forma como realizamos estas poupanças”, acrescentou.

Uma das razões que motivou estes cortes é a fraca adesão à venda de bilhetes, muito aquém do esperado pela organização. Apenas dois milhões dos cinco milhões de bilhetes disponíveis foram vendidos até agora. Como resultado, o Comité abandona o sistema de sorteio dos ingressos e coloca os bilhetes em venda directa online, com opção de pagamento em prestações.

O orçamento do comité da organização é financiado por verbas privadas, com orçamentos separados para estádios e infra-estruturas. No entanto, qualquer gasto que ultrapasse o limite estipulado terá que ser coberto pelo Governo brasileiro, segundo uma lei aprovada em 2009. O objectivo dos cortes é também evitar uma repetição dos protestos vividos aquando da Taça das Confederações, em 2013, contra o montante gasto com a organização do Mundial 2014 – cerca de 3,5 mil milhões de euros.

“As pessoas ficam irritadas com luxos e excessos. Temos que apertar os cintos”, afirmou Andrada.

Apesar dos cortes, os eventos dos 50 desportos olímpicos e paralímpicos que fazem parte dos Jogos e que juntam cerca de 15 mil atletas não vão ser afectados.

Onde é que se vão sentir, então, as reduções no investimento? A cerimónia de abertura custará dez vezes menos que a de Londres 2012. Os vídeos promocionais passam agora a ser feitos internamente e as infra-estruturas para o acolhimento dos eventos passam a ser construídas de forma a haver "mais tendas e menos paredes".

Por último, o programa de voluntariado, que inclui aulas de inglês para os participantes, vê o orçamento cortado de 70 mil para 60 mil euros.

Editado por Nuno Sousa

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