Ricardo Melo Gouveia veio salvar época profissional negativa

Ricardo Santos e Filipe Lima perderam cartão do European Tour mas Portugal ganhou novo craque.

Foto
Ricardo Melo Gouveia foi a surpresa positiva no golfe português em 2014 DR

Que balanço se poderá fazer de 2014, no que aos jogadores de golfe profissionais portugueses diz respeito? De negativo, o facto de Ricardo Santos e Filipe Lima terem perdido o cartão do European Tour para 2015. De positivo, o surgimento de Ricardo Melo Gouveia, já hoje o melhor luso no ranking mundial (434º), apesar de só em Julho ter abandonado o estatuto de amador, após quatro anos nos Estados Unidos a jogar pelos Knights da universidade Central Florida, em Orlando.

Melo Gouveia, 23 anos, venceu a 5 de Outubro, em Roma, o EMC Golf Challenge Open, do Challenge Tour, sendo apenas o terceiro português a consegui-lo depois de… Lima (2009, Dinamarca) e de Santos (2012, Suécia). Na Final da Escola de Qualificação do European Tour, ficou muito perto de entrar no principal circuito europeu – apenas uma pancada o separou do apuramento. Tinha sido segundo na primeira Fase da Escola com 17 abaixo do par em quatro voltas em Milão. E vencera a 2.ª Fase com -18 em Tarragona, Espanha.

A prova que venceu em Roma representava o seu sétimo e último convite no Challenge Tour. Tirou o maior partido dele e pôde jogar mais dois torneios, um na China (12.º) e outro em Omã (9.º), neste último caso falhando por apenas uma pancada a qualificação para o encerramento da temporada na Grand Final, reservada aos 45 primeiros no ranking do circuito – foi 47º. Se tivesse jogado a Grand Final ainda poderia aspirar a entrar no European Tour via Challenge Tour, precisando para tal de ficar entre os 15 primeiros no ranking final.

De qualquer maneira, garantiu um lugar no Challenge Tour 2015, com a melhor categoria possível, e no European Tour ficou com categoria 18, o que ainda lhe permite jogar 6, 7 torneios. “Foi uma época de altos e baixos, e que acabou de forma quase perfeita. Foi pena não ter conseguido o cartão do European Tour para a próxima época, mas irei ter muitas mais oportunidades e para o ano vou estar mais preparado para alcançar os meus objectivos.”, disse Melo Gouveia, jogador do Clube de Golfe de Vilamoura enquanto amador em Portugal.

Ricardo Santos (531.º no ranking mundial), ao fim de três anos consecutivos no European Tour, com vitória no Open da Madeira – BPI de 2012, não conseguiu manter o cartão. Precisava, para tal, de terminar nos 110 primeiros na Corrida para o Dubai, foi 117.º (com 210 mil euros em prémios), o que lhe dá categoria 16 e lhe permitirá, ainda assim, jogar cerca de 15 torneios no principal circuito europeu. Tinha sido 90.º em 2012 (com €264 mil) e 65.º em 2013 (com €499 mil). “Se deixarmos os números um bocadinho de lado, a verdade é que joguei bom golfe. No entanto, talvez tenha gerido menos bem as minhas próprias expectativas, com a pressão acrescida dos últimos meses”, considera Santos, de 32 anos.

Quanto a Filipe Lima (454.º mundial), que nesta quarta-feira completou 33 anos, terminou prematuramente, em Setembro, a sua quinta época no European Tour (jogara também em 2005, 2006, 2007, 2008 e 2010). O luso-francês, residente em Paris, foi operado às costas e só volta a competir em 2015. Foi 156.º na Corrida para o Dubai e vai jogar a próxima época no Challenge Tour.

Sugerir correcção
Comentar