Ricardo Carvalho: “Não penso no Euro 2016, só em ajudar Portugal a lá estar”

Defesa pode tornar-se o jogador mais velho a vestir a camisola da selecção.

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Ricardo Carvalho quer ajudar a selecção a apurar-se para o torneio organizado pela França Thomas Samson/AFP

Ricardo Carvalho pode, no sábado, na Arménia, tornar-se no jogador de campo mais velho a vestir a camisola da selecção portuguesa, um cenário inesperado para o defesa central de 37 anos. “Chega uma fase em que, devido à idade, começamos a pensar ano a ano, mas sinceramente nunca pensei jogar até tão tarde”, afirmou Ricardo Carvalho em conferência de imprensa, após o treino de Portugal em Tbilisi, na Geórgia.

No sábado, em Ierevan, contra a Arménia, em jogo de qualificação para o Euro 2016, o central pode somar a sua 80.ª internalização e superar António Veloso, que tem desde 1994 o título de mais velho jogador de campo a representar a selecção nacional. “A idade passa e eu estou a prolongá-la. Não sei a que idade irei terminar a carreira, já faltou mais, mas não quero pensar nisso. Não penso jogar até aos 40 anos. Penso acabar a carreira a um bom nível”, confessou Ricardo Carvalho.

O defesa, que na sua longa carreira passou por clubes como o FC Porto, Chelsea, Real Madrid e mais recentemente Mónaco, tem como principal objectivo ajudar Portugal a qualificar-se para o Europeu do próximo ano, um competição que o próprio jogador nem sabe se irá estar presente. “Não penso no Europeu, penso em ajudar Portugal a estar no Europeu. Não sei como vou estar daqui a um ano. Vivo o momento e tenho esperança em lá chegar, mas nem tudo depende de mim”, disse o futebolista.

“Estamos habituados a sofrer, mas queremos evitar o play-off. Já tivemos mais pressão, sobretudo depois da primeira derrota em casa com a Albânia. Agora estamos mais confortáveis, mas não podemos facilitar”, acrescentou ainda Ricardo Carvalho, lembrando que a formação portuguesa tem “jogadores na frente que desequilibram” e que, para sair vencedor de Ierevan, Portugal tem que “jogar aquilo que sabe e pode”.

“Dependemos mais de nós. Sabemos do nosso potencial e, se fizermos o nosso trabalho, temos mais possibilidades de ganhar”, frisou o jogador do Mónaco. Carvalho lembrou que a Arménia dificultou muito a tarefa da selecção portuguesa quando as duas equipas se encontraram no Algarve no final no ano passado, num jogo que terminou com a vitória de Portugal, por 1-0. “Esse jogo com a Arménia foi difícil. Criaram-nos alguns problemas e temos que respeitar. Não podemos dar espaço aos jogadores mais criativos e, quando tivermos bola, temos que impor o nosso futebol”, referiu.

Em final de contrato com o Mónaco, Ricardo Carvalho revelou que ainda não renovou a sua ligação, mas espera continuar a actuar, pelo menos mais uma temporada, no clube que disputa o campeonato francês e que é treinado pelo seu compatriota Leonardo Jardim.

Longevidade é “caso de estudo”
Para o director da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José Carlos Noronha, a longevidade de Ricardo Carvalho é mesmo um caso de estudo. “Ele pode jogar perfeitamente até aos 40 anos e será um case study de longevidade e eficácia. Tem um dos melhores ADN, nunca teve lesões e tem muito cuidado com ele próprio”, explicou o médio José Carlos Noronha.

Portugal está a realizar um estágio de quatro dias em Tbilisi, tendo em vista o jogo de sábado frente à Arménia, em Erevan, do Grupo I de qualificação para a fase final do Europeu, que vai decorrer no próximo ano, em França.

A comitiva portuguesa fica na Geórgia até quinta-feira, dia em que realiza mais um treino no Estádio Mikheil Meskhi, partindo de seguida em direcção a Ierevan. Três dias depois, Portugal defronta a Itália, num particular que se vai realizar em Genebra, na Suíça.

Após quatro jornadas, Portugal lidera o Grupo I, com nove pontos, contra sete de Dinamarca e Albânia e um de Sérvia e Arménia.

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