Reformador da FIFA satisfeito com primeiros passos

Comité de Reforma da FIFA diz que primeira reunião foi produtiva, no mesmo dia em que candidato à presidência fala em fraude

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François Carrard Reuters

A primeira reunião do Comité de Reforma da FIFA foi, segundo o seu presidente, "produtiva e frutífera" no sentido de se operarem mudanças significativas no organismo, mas ainda não há propostas concretas.

"Demos passos importantes no sentido de produzir reformas significativas e duradouras. Discutiram-se questões relacionadas com a governação, os mecanismos financeiros e as responsabilidades e a competência das várias estruturas da FIFA", disse, sem entrar em detalhes, François Carrard, o líder do órgão constituído na sequência do escândalo de corrupção que abalou o organismo que gere o futebol mundial e que resultou na detenção de vários dos seus membros e terminou com o pedido de demissão do presidente ainda em exercício Joseph Blatter.

Carrard admitiu que destes dois primeiros dias de trabalhos em Berna não saíram propostas concretas, mas congratulou-se pelos avanços feitos. "Em Outubro, discutiremos um primeiro projecto de reformas". As propostas só serão submetidas à aprovação em Fevereiro de 2016 no próximo congresso da FIFA, no qual será eleito o novo presidente da entidade.

François Carrard, advogado suíço de 77 anos, é um homem com reputação na diplomacia desportiva. Em 1999, foi escolhido para liderar um processo semelhante com o objectivo de "limpar" o Comité Olímpico Internacional após o escândalo de corrupção ligado à atribuição dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2002 a Salt Lake City. No entanto, tem sido criticado o facto de, ao contrário do que sucedeu nesse caso, entre os 12 membros do Comité de Reforma haver uma maioria de membros com ligações à modalidade e à própria FIFA.

Fraude, acusa candidato

Ironicamente, no mesmo dia, Chung Mong-Joon, candidato à presidência da FIFA, convocou uma conferência de imprensa para acusar a Confederação Asiática de Futebol (AFC) de fraude eleitoral em favor de Michel Platini, outro dos pretendentes ao cargo.

Segundo o milionário sul-coreano, membro da família que é dona da Hyundai, a AFC está a interferir ilegalmente nas eleições, ao enviar "formulários não solicitados" de apoio oficial a Platini aos seus países membros, para que estes os preencham e enviem para a FIFA. "É um caso óbvio de fraude eleitoral, ao infringir os direitos básicos dos outros candidatos", referiu Chung Mong-Joon, que acrescenta que os presidentes da AFC e da UEFA estão a tirar vantagem dos seus cargos.

Num comunicado, a AFC, cujo presidente já deu a a sua aprovação pública a Platini, disse que todos eram livres de votar em quem desejam, mas não negou o envio das cartas e voltou a afirmar que apoia o francês, neste momento o favorito a suceder a Blatter. "Uma maioria crescente de federações da AFC expressaram apoio a Platini, enquanto outros expressaram apoio a outros", lê-se no comunicado.

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