Recorreram ao doping e vão aos Jogos do Rio

Atletismo russo fica de fora mas há quem já se tenha dopado e vá competir no Brasil. Isto porque, entretanto, cumpriu um castigo.

Foto
Justin Gatlin vai estar no Rio de Janeiro Kai Pfaffenbach/Reuters

Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, já se sabe, não vão estar russos no atletismo, depois de, em Novembro do ano passado, a Agência Mundial Antidopagem ter encontrado, num inquérito desenvolvido por uma comissão independente, provas de doping generalizado nessa modalidade naquele país. Assim, atletas que nunca foram controlados positivamente ficam de fora, a bem de um castigo colectivo. Mas também há o oposto, ou seja, atletas que já recorreram ao doping e vão estar no Rio de Janeiro. São sete os casos.

No atletismo há dois velocistas nestas condições. Justin Gatlin, grande rival de Usain Bolt nos últimos anos, já esteve suspenso duas vezes: a primeira em 2001, tendo conseguido que a pena fosse reduzida de dois para um ano, e a segunda em 2006, quando o castigo passou de oito anos para metade. Pelo meio foi campeão olímpico nos 100 metros, em Atenas 2004 e, agora, no Brasil vai correr os 100 e os 200 metros. Quanto a LaShawn Merritt, em 2010, já depois da medalha de ouro nos 400 metros em Pequim 2008, foi controlado positivamente e castigado com dois anos de suspensão, que passaram a 21 meses. Nos Jogos do Rio quer fazer os 200 e os 400 metros.

A natação é outra modalidade que contará, no Rio, com dois atletas já suspensos por doping. São eles os chineses Ning Zetao e Sun Yang. O primeiro, campeão do mundo em título nos 100 metros estilos, foi suspenso em 2011 por um ano. Tinha, então, apenas 18 de idade. Já o segundo levou três meses de castigo em 2014, dois anos depois de dois ouros em Londres, nos 400 e 1500 metros estilos.

Depois, há casos no ciclismo, ténis e esgrima. Nas bicicletas, Alejandro Valverde foi um dos envolvidos na “Operação Puerto”, um dos maiores escândalos de doping da história da modalidade. Esteve dois anos castigado, entre 2010 e 2012. Regressou a tempo de participar nos Jogos de Londres, nos quais foi 18.º (em Pequim havia sido 12.º) e, no Rio, vai voltar a participar na prova em linha de estrada. No ténis, Marin Cilic esteve quatro meses suspenso em 2013. No Brasil vai participar nos singulares (não passou da segunda ronda em 2008 e 2012) mas também nos pares, ao lado do compatriota Marin Draganja.

Por último a esgrima. O italiano Andrea Baldini cumpriu uma suspensão de seis meses em 2008, falhando os Jogos de Pequim. Oito anos depois, o antigo número um mundial de florete vai ao Rio mas como suplente. Há quatro anos, em Londres, conquistou o ouro no florete por equipas.

“Jogos limpos e tolerância zero ao doping”, disse no domingo o presidente do comité organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Carlos Nuzman. Mas serão uns Jogos, estes ou outros, assim tão limpos quando se permite a participação de atletas que já fizeram "batota"? Ou quem tem razão é a atleta russa Yelena Isinbayeva quando diz que no Brasil competirão atletas "pseudo-limpos"?

Sugerir correcção
Ler 9 comentários