Rali de Portugal perde apoio financeiro do Turismo

Entidade estatal vai cortar financiamento de um milhão de euros com que apoiava o evento.

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O Rali de Portugal vai perder parte importante do seu financiamento Francisco Leong/AFP

O Turismo de Portugal decidiu esta quinta-feira retirar o apoio financeiro ao Rali de Portugal, assim como ao WTCC, Mundial de Carros de Turismo. Em comunicado, a entidade revelou que não vai entrar com o financiamento de um milhão de euros que costumava direccionar para o rali.

A decisão prende-se com a falta de retorno do Rali de Portugal em termos de projecção turística.

Nas últimas sete edições, o Rali de Portugal recebeu sete milhões de euros do Turismo de Portugal. O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, disse no início do mês que a próxima edição do evento irá custar 3,6 e 3,8 milhões de euros, mais 500 mil euros que este ano.

Os fundos que o Turismo canalizava para o Rali vão ser usados para a “comercialização, nomeadamente através da captação de rotas aéreas e de parcerias com operadores turísticos, e na adaptação da promoção externa ao marketing digital”, diz o comunicado. Entre os destinos a dar ao milhão de euros que apoiavam o rali, está a “instalação da recém-anunciada base da EasyJet no Porto a partir de 2015”, de acordo com um documento do Turismo de Portugal a que o PÚBLICO teve acesso.

Trata-se de uma mudança na estratégia do Turismo de Portugal, que tem vindo a deixar de apoiar eventos deste género. “Até esta alteração de estratégia, o Turismo de Portugal apoiava cerca de 40 eventos por ano. Em 2014 foram apoiados quatro”, lê-se no mesmo documento.

O Turismo de Portugal reserva, a partir de agora, o apoio financeiro a eventos em que haja um “retorno de projecção”, por terem a “capacidade de captar não apenas os turistas que vêm ao evento, mas todos os outros que ficam interessados pelo destino e ponderam escolhê-lo como destino de férias”.

Para o organismo estatal, o Rali de Portugal não se enquadra nesta categoria, limitando-se a um “retorno circunstancial”, pelo que o seu apoio deverá ficar a cargo das “entidades regionais de turismo ou das agências regionais”.

Contactado pelo PÚBLICO, Carlos Barbosa preferiu esperar por uma “notificação oficial” do Ministério da Economia para comentar a decisão.

Em causa, fica igualmente o regresso da etapa portuguesa do Mundial de Carros de Turismo (WTCC), que seria organizado no Porto no próximo ano.

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