Quinze anos depois, Venus ainda está presente

Novak Djokovic chega aos quartos-de-final do Open da Austrália sem ceder qualquer set.

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Venus Williams no encontro com Agnieszka Radwanska MAL FAIRCLOUGH/AFP

Madison Keys tinha quatro anos quando viu, pela televisão, Venus Williams a jogar em Wimbledon. Quis logo comprar um vestido branco igual ao da campeoníssima e começou a bater bolas em casa com uma raqueta de racquetball. Meses mais tarde, Venus conquistava o Open dos EUA, o primeiro dos seus sete títulos do Grand Slam. Quinze anos depois, as duas norte-americanas vão estar frente a frente, com muito em jogo: aos 34 anos, Venus quer jogar a primeira meia-final de um Grand Slam em cinco anos; Madison procura a sua estreia nessa fase de um major e confirmar-se como o futuro do ténis feminino dos EUA.

“Penso que todos nós influenciamos vidas de uma forma que nunca sonhámos enquanto crescíamos. Queremos ser a número um do mundo, queremos ganhar um major… nunca pensamos nas pessoas que inspiramos com os nossos esforços e a nossa atitude”, disse Venus (18.ª mundial), depois de eliminar Agnieszka Radwanska (6.ª), por 6-3, 2-6 e 6-1.

Venus não competia em quartos-de-final de um torneio major desde 2010. No ano seguinte, foi-lhe diagnosticado o Síndroma de Sjogren, que afecta o sistema imunitário e causa fadiga e dores nas articulações. Venus adaptou-se, tornou-se vegetariana, mas nunca sabe como vai acordar em determinado dia. No court, mantém-se agressiva, mas mais paciente e tacticamente mais inteligente. Entre os encontros, nada de jantares ou idas às compras; apenas descanso. “As coisas levam tempo. Claro que quero ir longe em todos os eventos, todas querem, mas não acontece sempre a todas. Agora é o meu momento e quero mantê-lo durante todo o ano e no próximo. Mas isso requer trabalho”, frisou a veterana.

Keys e Venus defrontaram-se uma vez, há dois anos em Charleston, com a mais velha a vencer em dois sets. Keys progrediu muito desde então: subiu do 77.º para o 35.º lugar, conquistou um torneio do WTA Tour em 2014, na relva de Eastbourne, e é agora treinada pela ex-número um mundial, Lindsay Davenport – antiga rival das Williams.

A completar 20 anos no dia 17 de Fevereiro, Keys dominou a sua amiga Madison Brengle (64.ª), por 6-2, 6-4, graças às suas pancadas poderosas. Keys assumiu as despesas do encontro e somou 38 winners (contra apenas três da adversária) que compensaram os 33 erros não forçados, o dobro dos de Brengle.

Serena sentiu dificuldades para ultrapassar Garbine Muguruza (24.ª), que a derrotara no último torneio de Roland Garros. A espanhola dominou o primeiro set com um ténis muito agressivo, mas tal como na ronda anterior, Serena elevou o nível para vencer, por 2-6, 6-3 e 6-2. “Pensei: ‘o que quer que aconteça, já venci este torneio por cinco vezes”, disse a mais nova das irmãs Williams, que terá como próxima adversária Dominika Cibulkova (10.ª). A eslovaca reencontrou em Melbourne o ténis que a levou à final do Open de 2014 e eliminou Victoria Azarenka (44.ª), por 6-2, 3-6 e 6-3.

No torneio masculino, Novak Djokovic serviu a grande nível para ultrapassar o luxemburguês Gilles Muller, por 6-4, 7-5 e 7-5, e vai medir forças com outro grande servidor, Milos Raonic, que assinou 30 ases na vitória, por 6-4, 3-6, 6-3, 6-7 (7/9) e 6-3, sobre Feliciano Lopez.

No outro quarto-de-final, Stan Wawrinka, que se impôs a Guillermo Garcia-Lopez, por 7-6 (7/2), 6-4, 4-6 e 7-6 (10/8), defronta Kei Nishikori, vencedor de David Ferrer, com um triplo 6-3.

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