Quénia em risco de não participar nos Jogos Olímpicos

À semelhança do que aconteceu com a Rússia, o doping ameaça o atletismo queniano.

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O atletismo queniano está envolto em suspeita de recurso a substâncias dopantes SIMON MAINA/AFP

O presidente do Comité Olímpico do Quénia, Kipchoge Keino reforçou nesta sexta-feira a ideia de que uma nova lei antidoping “tem de ser aprovada” até dia 5 de Abril, para que os atletas deste país não fiquem em risco de falhar a próxima edição dos Jogos Olímpicos, que se realizam entre os dias 5 e 21 de Agosto deste ano, no Brasil.

“Estou muito desiludido com a atitude dos nossos governantes. Eles ainda não se aperceberam da magnitude de tudo isto. Eles estão a trair a juventude deste país”, disse Keino à agência noticiosa AFP.

Sebastian Coe, presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na versão inglesa), já tinha ameaçado suspender os atletas quenianos dos Jogos Olímpicos caso a aprovação de uma nova legislação antidoping não fosse feita em tempo útil. O primeiro prazo (14 de Fevereiro) não foi cumprido e o segundo (5 de Abril) dificilmente será. Isto porque o parlamento queniano estará parado durante os próximos dez dias.

Kipchoge Keino, que disse já ter proposto o reforço da legislação antidoping em 2013 e 2014, irá agora pedir uma terceira data à Agência Mundial Antidopagem (AMA) para que o Quénia adopte medidas mais restritivas, que incluem uma multa de 1000 dólares (872 euros) e um ano de prisão para os atletas apanhados em casos positivos de doping, para além da instalação de uma Agência Queniana de Antidopagem.

Nos últimos três anos, 40 atletas quenianos viram-se envolvidos em escândalos de doping. Por suspeita de encobrir casos, o director-executivo de atletismo do Quénia, Isaac Mwangi, foi suspenso, em Fevereiro, por seis meses. Um mês depois, o Quénia passaria a integrar a lista de cinco países em situação crítica em relação à sua política antidoping, juntamente com a Etiópia, Ucrânia, Bielorrússia e Marrocos.

Este escândalo de recurso ao doping já tinha dado que falar na Rússia. “Estas notícias são o pior que podia acontecer para conferir confiança no sistema russo de controlo antidoping”, afirmou, na altura, o presidente da AMA, Craig Reedie.

Texto editado por Jorge Miguel Matias

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