Quase sete anos depois, o Dragão volta a receber um derby portuense

FC Porto recebe nesta noite o Boavista numa partida que Julen Lopetegui diz ter “muito peso histórico”. Petit diz que os “axadrezados” estão preparados para um duelo que “sempre foi rasgadinho”

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FC Porto e Boavista reencontram-se Reuters

Julen Lopetegui já sabe que é um “derby importante”, com “muito peso histórico”, Petit diz que “todas as pessoas querem estar envolvidas neste jogo”. As duas principais equipas da cidade do Porto voltam a defrontar-se nesta noite, a partir das 20h15, no Estádio do Dragão, e apesar de no reencontro entre FC Porto e Boavista a balança pesar claramente para o lado “azul e branco”, na memória de muitos portistas ainda está bem presente o golo do boavisteiro Cafú, a 20 de Novembro de 2004, que ditou a primeira derrota em partidas oficiais do FC Porto no seu novo estádio.

Na história do futebol português e do principal derby portuense são muitos os jogos marcantes e nas últimas décadas os duelos entre FC Porto e Boavista estão repletos de episódios dignos de relevo. No entanto, devido à descida na secretaria dos “axadrezados” para os escalões secundários, o Estádio do Dragão apenas foi palco até ao momento de uma mão cheia de confrontos entre portistas e boavisteiros.

Embora os números confirmem algum equilíbrio nos duelos no novo estádio portista (duas vitórias “azuis e brancas” por 2-0 e outras tantas por 1-0), há uma espinha encravada na garganta do “dragão”. A 20 de Novembro de 2004, o Boavista deslocou-se à casa do vizinho portuense em plenas celebrações do primeiro aniversário do Estádio do Dragão e a equipa à época treinada por Jaime Pacheco revelou-se um convidado muito inconveniente: no minuto 90, o avançado cabo-verdiano Cafú bateu Vítor Baía, marcou o único golo do jogo e selou a primeira derrota do FC Porto no seu estádio.

Quase 10 anos depois dessa partida e sete anos após Lisandro Lopez marcar os dois únicos golos do derradeiro duelo entre “azuis e brancos” e “axadrezados” no Dragão, o derby portuense está de regresso, mas em teoria o desta noite será o mais desequilibrado das últimas quatro décadas.  Com um plantel bastante limitado, o Boavista, que na temporada passada disputava o terceiro escalão nacional, já não tem os argumentos de há uma dezena de anos e Petit não escondeu que as “panteras” vão “jogar em blocos baixos e tentar sair em transições rápidas”. “Sabemos do grande caudal ofensivo do FC Porto, que pressiona alto, troca muito bem a bola e não gosta de estar sem ela”, acrescentou o treinador boavisteiro que diz-se qualquer que seja a equipa que o FC Porto apresente, a equipa do Bessa “estará preparada”. No entanto, embora vá entrar no Dragão com a moral em alta após a primeira vitória no campeonato há uma semana contra a Académica, o Boavista tem-se revelado uma equipa com muitas carências ofensivas que podem ser agravadas com as possíveis ausências de Pouga e Brito, jogadores que saíram lesionados na última jornada.

Se Petit terá muitas dores de cabeça para completar o puzzle no ataque, para Lopetegui o problema é decidir quem fica de fora. Antes de dois importantes jogos fora (Sporting e Shakhtar) e depois de se estrear na fase de grupos da Liga dos Campeões com estrondo, o técnico basco apenas fez uma alteração na convocatória em relação ao jogo com o BATE: Alex Sandro terá folga e regressa José Ángel. Porém, se a troca do brasileiro pelo espanhol não implicará alterações tácticas, há a dúvida se depois da grande exibição contra os bielorussos Lopetegui manterá a aposta em Quaresma e Adrián, abdicando pela primeira vez no campeonato do jovem Rúben Neves.

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